Faz alguns anos, o visionário Sergio Marchionne, executivo que faleceu em 2018, profetizou que várias marcas de carros seriam extintas no futuro. Pois a previsão feita pelo antigo CEO do grupo FCA Fiat-Chrysler Automobiles vem se confirmando nos últimos anos. E a próxima vítima é a Seat.
A marca espanhola do grupo Volkswagen deixará de existir nos próximos anos. Entretanto, a Seat não vai exatamente sumir. Na verdade, o grupo VW transformará a fabricante de veículos em uma empresa de mobilidade. À revista britânica Autocar, durante o Salão de Munique, na Alemanha, Thomas Schäffer, CEO do grupo Volkswagen, afirmou que a marca como conhecemos não terá continuidade, e sim seguirá um caminho diferente dentro do grupo.
Fabricante de modelos como Ibiza, Arona, León, Tarraco e Ateca, a Seat manterá seus modelos por enquanto. Assim, os produtos da marca espanhola serão mantidos enquanto seu ciclo de vida durar, mas não serão substituídos por novas gerações. A produção dos automóveis pode ser mantida por outra marca derivada: a Cupra.
Marca independente desde 2018, a Cupra pode assumir alguns dos modelos da Seat, como o hatch León, por exemplo, além de sua versão perua. A ideia de que o modelo substitua o logotipo Seat pelo Cupra em uma futura reestilização pode acontecer, uma vez que o próprio CEO do grupo VW afirmou que “o futuro da Seat é Cupra”.
Seja como for, a Cupra receberá novos investimentos nos próximos anos, e o executivo da VW afirmou que o público apegou-se à marca. Por esta razão, a Cupra é uma das marcas que mais cresceu na Europa recentemente, e planeja lançar novos modelos no mercado, como o SUV Terramar, e os modelos Tavascan, DarkRebel e Raval, por exemplo.
Seat durou pouco no Brasil mas mantém uma legião de fãs
A passagem meteórica da Seat no Brasil começou em 1995, quando apresentou ao mercado modelos como o hatch Ibiza, a van Inca, e o sedã Cordoba, seguido da exótica perua Cordoba Vario, vindos da Argentina. Entretanto, para manter a posição de marca importada do grupo VW no Brasil, tinha preços mais altos que o da montadora-mãe, dificultando as vendas no País.
Os “importados com sangue quente” deixaram o País oficialmente em 2002, após não emplacarem nas vendas. Entretanto, isso não impediu que apaixonados pela marca mantenham viva sua memória. É o caso de Lorran Vieira, de 23 anos, morador de São Paulo, e proprietário de um Seat Cordoba GLX 1995, na cor Verde Aosta.
Lorran conta que comprou o carro, seu primeiro inclusive, através de um amigo de longa data. Com 68 mil km e leve personalização, ainda mantém muitas peças originais. Apesar do pouco mercado e reconhecimento do modelo, ele afirma que marca ainda tem seu público fiel. “São poucas unidades conservadas, dificilmente você vê alguém falar sobre um Cordoba, Ibiza ou Vario, ou mesmo sobre o raríssimo Seat Toledo, com só algumas unidades no Brasil”, comentou.
Apesar do público nichado, Lorran mantém e administra um grupo para fãs da marca, o Seat.Br, que reúne modelos da marca espanhola no Brasil. “Mesmo inserido no mundo automotivo e também na marca, vejo que são poucas as pessoas que gostam ou tem alguma história com a Seat”, afirmou.
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