O manobrista saiu do carro com um enorme sorriso no rosto, e emendou o comentário: “O modelo anterior já era bom, mas esse melhorou muito”. Apesar do rápido test drive, o motorista que passa o dia estacionando e entregando carros a clientes foi cirúrgico na conclusão. Em relação ao Ford Edge Titanium, a potência do modelo 2019 subiu 18% (de 284 para 335 cv). O incremento de torque foi 57,2% (de 34,6 para 54,4 mkgf). No lugar do 3.5 V6, a Ford adotou o 2.7 V6 Ecoboost, biturbo.
Não foi só o motor que mudou. Pela primeira vez, a Ford importa um modelo na versão ST, esportiva. Assim, em vez do apelo sofisticado do modelo trazido até agora (que custava R$ 240 mil), o Edge chega do Canadá reestilizado e com visual mais agressivo, por R$ 299 mil.
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Para-choques, grade (do tipo “colmeia”), faróis (Full LED), rodas (pretas, de 21″), saias laterais e saídas de escape reforçam a pegada esportiva. De acordo com a Ford, o novo modelo vai de 0 a 100 km/h em 6,2 segundos, ante 8,0 s no modelo anterior. A máxima foi de 196 para 209 km/h.
Desempenho é ponto alto do Edge
Andando, o Edge agrada pelas boas respostas. Após uma breve titubeada no momento da aceleração, o SUV dispara com vigor, e sem fazer muito escândalo – pelo menos não o indesejável. O modelo dispõe de sistema de cancelamento de ruídos (como os barulhos provenientes de rodagem e suspensão). Ao mesmo tempo, ele amplifica o som do motor, por meio dos alto-falantes. A propósito, o equipamento de som, da Bang & Olufsen, é de boa qualidade e enche o interior com 12 alto-falantes. O câmbio automático tem oito marchas, com opção de trocas no volante. O seletor é rotativo, e há um botão para acionamento do modo esportivo, que deixa o Edge ainda mais arisco.
Para acompanhar o salto no desempenho, a suspensão foi recalibrada. Segundo a Ford, houve aumento de rigidez de molas de 10% na dianteira e 20% na traseira. A barra estabilizadora dianteira aumentou de diâmetro. Mesmo assim, o Edge não deixou de ser um SUV, e ainda tem algum balanço em curvas. A capacidade de esterçamento não é muito boa, o que pode ser problema em caso de estacionamento em vagas apertadas.
Modelo tem condução semiautônoma
O modelo conta também com o sistema de condução semiautônoma, que a Ford chama de “CoPiloto 360”. Trata-se de um conjunto de câmeras, radares e sensores que “olham” tudo o que se passa ao redor do veículo. Com ele, o Edge freia automaticamente em caso de emergência, e mantém-se no centro da faixa, com correções de rota. De acordo com o engenheiro Daniel Camargo, no entanto, o motorista só pode manter as mãos fora do volante por três segundos. O controle de velocidade adaptativo faz parte do conjunto.
A tração é integral e variável. Em condições ideais (piso de boa aderência, velocidade moderada e linha reta), o sistema transfere toda a força para a frente, para economia de gasolina. Conforme o motorista exige mais do acelerador ou em caso de circuito sinuoso, a força vai sendo passada para trás, até o limite de 50/50. A transferência pode ser acompanhada no quadro de instrumentos, que tem duas telas de LCD configuráveis, ladeando o velocímetro.
Interior é luxuoso
Os bancos de couro e camurça trazem a inscrição ST no encosto e dispõem de ajustes elétricos, ventilação e aquecimento na frente. O acabamento tem revestimento macio e bom acabamento. A central multimídia (Sync 3) é dotada de tela de 8″ no painel. Além dela, há também duas telas de 8″ no encosto dos bancos dianteiros, para os ocupantes de trás, que também contam com bom espaço para ombros e cabeça e aquecimento. O porta-malas, que pode ser aberto com movimento do pé sob o para-choque, tem capacidade para 602 litros, de acordo com a Ford.
O Edge chega com pacote único de equipamentos e sem opcionais. De série, há sistema de estacionamento automático, teto solar panorâmico, tomada de 110 volts, carregamento de celular sem fio e oito air bags (frontais laterais, do tipo cortina e de joelhos para motorista e passageiro).
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