Ter um carro elétrico na garagem é algo fora da realidade para a maioria das pessoas no Brasil. Afinal, os preços desses modelos ainda são inacessíveis. Até tem alguns poucos hatches e SUVs elétricos com preço de Jeep Compass e Toyota Corolla Cross com motor flex. Atualmente, o carro a bateria mais barato do País é o Renault Kwid E-Tech, de quase R$ 150 mil.
Entretanto, não é a eficiência energética ou os gastos menores com abastecimento que atraem clientes por aqui. Segundo levantamento feito pela consultoria Offerwise, a pedido do Google Brasil, os brasileiros compram carros elétricos por causa do status.
Isso, porém, não é surpresa. Afinal, foi-se o tempo em que carro era a paixão do brasileiro. Hoje em dia, a nova geração não morre de amores pelo automóvel. Ou compra apenas para usufruir do produto, ou adquire por ostentação.
Nesse sentido, a pesquisa aponta que 70% dos que pensam em comprar um carro elétrico querem ser vistos como pessoas de sucesso. Esse público acredita que, aos olhos dos outros, ter um carro elétrico associa-se à ideia de tecnologia.
Entretanto, como tudo tem dois lados, a pesquisa também ouviu quem se preocupa com o que, de fato, importa. Assim, 27% do público consultado apontou a preocupação com o meio ambiente na possível compra de um carro elétrico.
Quem quer e quem não quer
De acordo com o estudo, 52% dos brasileiros que compram veículos novos e usados cogitam comprar um carro elétrico nos próximos três meses. O restante (48%) se divide em meio a meio. Desse modo, 24% não tem interesse e os outros 24% gostam da ideia, mas não conseguem ter um veículo alimentado por baterias pela falta de recursos.
Cabe salientar que 65% das pessoas que querem comprar um 0-km consideram um carro elétrico. Entretanto, 60% desse público pertence às classes A e B. Ou seja, o veículo a bateria ainda é coisa para pessoas endinheiradas. Aliás, conforme os números da ABVE, a despeito dos sucessivos recordes, as vendas de modelos eletrificados sequer chegam aos 3% do total de quase 2 milhões de emplacamentos registrados em 2022 no Brasil.