Bugatti Tourbillon é o nome do substituto do Chiron, hiperesportivo lançado em 2016 e que teve a última unidade vendida há algumas semanas. Será o primeiro híbrido da centenária marca francesa que agora faz parte de uma joint venture com a fabricante croata Rimac.
De acordo com a Bugatti, o novo modelo é mais leve, potente e rápido que seu antecessor e não tem nenhum componente em comum com outros carros da marca, como o próprio Chiron, ou mesmo o Rimac Nevera. Seu nome, “Turbilhão”, vem de um dispositivo usado para melhorar a precisão em relógios mecânicos. Ou seja, a inspiração vem por ser um carro extremamente preciso. E o painel de instrumentos realmente lembra as engrenagens de um relógio.
Mecânica inédita para Bugatti
A grande novidade do Tourbillon é o conjunto mecânico, que já tinha sido revelado anteriormente. Sai de cena o famoso 8.0 W16 para dar lugar a um 8.3 V16 aspirado desenvolvido pela Cosworth. Apenas o motor a combustão rende 1.000 cv, basicamente a mesma potência do Veyron original, mas sem a ajuda dos quatro turbos.
Com a expertise usada no Nevera, a Rimac deu uma forcinha com o sistema elétrico de 800 cv. São três motores na configuração capazes de rodar até 60 km apenas com eletricidade. A junção de tudo isso é uma potência de 1.800 cv – o torque, entretanto, não foi divulgado, mas deve ser maciço.
Assim, o Tourbillon é 0,4 segundo mais rápido que o Chiron (pode parecer pouco, mas é uma bela redução quando se trata do universo dos supercarros), acelerando de 0 a 100 km/h em apenas 2 segundos. Para chegar aos 300 km/h, é preciso menos de 10 segundos, e menos de 25 segundos para alcançar 400 km/h, conforme dados da montadora. Por fim, a velocidade máxima é de 445 km/h.
Interior com toques originais
Apesar de bem parecida com a do Chiron, a cabine tem seus toques originais. Um deles é o botão no console central: ao puxá-lo, o motor acorda das profundezas com seu ronco grave, enquanto ao empurrá-lo o V16 volta ao repouso, deixando o funcionamento apenas para o conjunto elétrico. Ao acionar a ré, uma telinha surge no topo do painel para mostrar as imagens da câmera traseira. Mas você pode acioná-la manualmente para conectar seu Apple Carplay. Os pedais também são ajustáveis em altura, já que os bancos são fixos.
Já o cluster é um show à parte com as referências à relojoaria clássica. O volante também traz novidades, com o cubo central fixo e raios por trás do quadro de instrumentos. Dessa forma, o B de Bugatti fica sempre na horizontal e nos raios não atrapalham a visão do motorista quando ele gira o volante, por exemplo.
Design mais comedido
Se as mudanças na mecânica e no interior são revolucionárias, no design não dá para dizer o mesmo, apesar dos retoques sutis e elegantes no estilo. Mas ainda assim há algumas surpresas interessantes. A primeira é a abertura das portas, que tem o mesmo estilo das usadas na Ferrari Enzo, do tipo borboleta. Há ainda uma espécie de espinha dorsal que percorre o nariz do esportivo até a traseira, dividindo o para-brisa ao meio, onde foi fixado o limpador único como os carros de Le Mans.
A grade dianteira em forma de ferradura lembra a do Mistral e a faixa de LEDs que contorna a traseira – e que traz até o nome Bugatti iluminado – tem ares de McLaren MP1. Fecha o desenho da parte de trás um um enorme difusor de ar. Já a estrutura é totalmente nova, feita de fibra de carbono esculpido. Seu peso de 1.995 kg é o mesmo do Chiron, apesar de toda a estrutura extra do sistema híbrido.
Quase R$ 25 milhões
Se o Chiron já exalava exclusividade por conta das 500 unidades fabricadas, o Tourbillon será ainda mais raro. Serão apenas 250 carros construídos, com as primeiras unidades chegando às mãos dos compradores em 2026.
O preço? Cerca de US$ 4,5 milhões, ou próximo a R$ 25 milhões na conversão direta. E isso se o futuro dono não quiser nenhum nível de personalização, algo quase impossível nesses casos.
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