As discussões sobre o fim da produção de carros a combustão, previsto originalmente para 2035, ganham cada vez mais desdobramentos na Europa. A Alemanha e outros membros com grandes indústrias automobilísticas fazem pressão para que os legisladores flexibilizem a lei e, assim, prolonguem a produção dos automóveis a combustão. Para isso, marcas como Audi, BMW e Porsche buscam soluções como os combustíveis sintéticos.
No ano passado, quando o Parlamento Europeu aprovou a lei para proibir a venda de qualquer carro novo com motor de combustão interna, a Alemanha foi contra a decisão. O país sinalizou a importância de incluir uma “brecha” na lei, para salvar os carros a combustão e deixá-los conviver com os modelos exclusivamente elétricos.
CEO da BMW faz críticas data de morte
Durante conferência na Alemanha, o CEO da BMW , Oliver Zipse, voltou a criticar o fim dos carros a combustão. Zipse afirmou que “a proibição categórica da tecnologia é errada”. Para o executivo, a União Europeia precisa de um plano mais bem elaborado para ajudar a preservar o motor mais tradicional dos automóveis. A fala veio mesmo diante dos ótimos e crescentes números de vendas de carros elétricos pela montadora, sobretudo na China.
O CEO da BMW concluiu o discurso com o argumento de que a Comissão Europeia não está fazendo nada para acelerar o desenvolvimento de combustíveis sintéticos de baixo teor de CO2. Bem como para tornar a sua utilização viável. Ou seja, para Zipse o fim dos motores a combustão é uma “solução falsa”, visto que pesquisas indicam a eficiência de combustíveis novos, como a gasolina sintética.
Sobre o combustível menos poluente
Faz algum tempo que o Jornal do Carro traz notícias relacionadas à busca de algumas montadoras por novas fontes de energia renováveis. O Brasil, por exemplo, tem uma gasolina única no mundo, com mais de 1/4 de etanol na sua composição, o que ajuda a reduzir emissão de gases poluentes. Mas não é só. Em 2022, a fábrica da Porsche de gasolina sintética começou a funcionar no sul do Chile com previsão de produzir 550 milhões de litros do combustível por ano.
Recentemente, aceleramos um Porsche 911 abastecido com a gasolina sintética chilena. O eFuel, como é chamada pela marca, usa água como base em vez de petróleo. Dessa forma, passa por um processo para chegar ao metanol e, em seguida, virar um combustível menos poluente.
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