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Porsche começa a produzir gasolina sintética no Chile e um 911 é ‘cobaia’
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Porsche começa a produzir gasolina sintética no Chile e um 911 é ‘cobaia’

Fábrica da Porsche de combustível sintético é inaugurada oficialmente no sul do Chile e pretende produzir 550 milhões de litros por ano

João Del Arco, Especial para o Jornal do Carro

29 de dez, 2022 · 3 minutos de leitura.

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Porsche
Fábrica de combustível sintético da Porsche no sul do Chile
Crédito:Porsche/divulgação

A Porsche inaugurou oficialmente sua fábrica para produção de combustível sintético. O complexo fica em Punta Arenas, uma região inóspita ao sul do Chile. Um 911 recebeu os primeiros litros do novo combustível. Em sua fase piloto, a nova fábrica vai produzir cerca de 130 mil litros por ano do chamado “e-combustível”. O aumento na produção será gradual. Desse modo, planeja-se chegar aos 550 milhões de litros por ano em 2027. 

Mas o que é o “e-combustível”? Trata-se de uma gasolina sintetizada, mas com as mesmas propriedades do combustível fóssil. Ela é obtida por meio da eletrólise do hidrogênio com a adição de CO2. Assim, apenas as energias solar e eólica atuam no processo. A iniciativa veio por causa das restrições cada vez mais severas ao carbono. A Europa, por exemplo, quer acabar com as emissões até 2035. Mas na América do Sul não há consenso sobre o tema. 

Porsche
Barbara Frenkel, membro do Conselho Executivo para Aquisições da Porsche AG, e Michael Steiner, membro do Conselho Executivo de Desenvolvimento e Pesquisa da Porsche AG inauguram “usina de gasolina sintética” no Chile (Porsche/divulgação)

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Alternativa aos elétricos

O sul do Chile, por sua vez, é um bom lugar para produzir o combustível. Por lá, o vento sopra cerca de 270 dias por ano, e permite a usina eólica funcionar com maior desempenho. Além disso, o local fica próximo ao Estreito de Magalhães, o que facilita o transporte. O empreendimento permitirá à Porsche atingir a neutralidade de carbono em 2030. 

O combustível sintético e alternativas ao uso de baterias nos carros não são novidades na indústria automobilística. Atualmente, outras fabricantes trabalham no desenvolvimento de veículos movidos a hidrogênio, por exemplo. Neste caso, o destaque vai para a Toyota. Os japoneses tiveram êxito com essa tecnologia no sedã Mirai e agora preparam uma Hilux com a mesma solução. A picape está em fase de testes no Reino Unido.

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”