Alguns meses antes da estreia do C3 nacional, a Citroën registra no Brasil o novo C4 e sua versão elétrica, o E-C4. Com visual de SUV cupê, a nova geração do modelo chegou em outubro para substituir o C4 Cactus na Europa. Se ele realmente vier ao País, será o segundo SUV cupê compacto e o primeiro elétrico do mercado.
A montadora francesa registrou o utilitário esportivo no Instituto da Propriedade Industrial nesta semana. A homologação traz as duas versões do C4. A primeira, mais completa, com luzes de neblina, faróis de LED e pintura nos retrovisores se trata da configuração 100% elétrica.
Enquanto isso, o segundo registro mostra um acabamento mais simples, com calotas, faróis halógenos e sem luzes de neblina. Essa variante contém o motor a combustão.
Ele chegou ao mercado europeu no quatro trimestre do ano passado e seu tamanho pode gerar controvérsias. Dessa forma, a Citroën pode oferecê-lo em outros mercados tanto como hatch médio quanto SUV compacto.
Suas dimensões, portanto, confirmam esse posicionamento. São 4,36 metros de comprimento, 1,80 m de largura, 1,52 m de altura e 2,67m de entre-eixos.
Assim, ele é um pouco maior do que o Nivus em todos os aspectos. Todavia, ele também tem medidas parecidas com o Cruze Sport6, um dos pouquíssimos hatches médios que restam no Brasil.
Plataforma do 208
A nova geração do C4 utiliza a plataforma CMP, a mesma empregada no 208 e 2008. Isso coloca em xeque uma possível produção nacional do SUV, pois a Citroën utilizará a arquitetura modular CMP simplificada na fábrica de Resende (RJ).
O produto também se destaca por ser com a maior distância entre-eixos desta plataforma. Um dos pontos forte do SUV, portanto, é no espaço interno.
Motorizações
Na Europa, o C4 a combustão dispõe de uma enorme gama de motorizações. A gasolina, os motores da família PureTech 1.2 turbo possuem três opções de potência – 100 cv, 130 cv e até 155 cv. Para as propulsões a diesel, a Citroën oferta os motores 1.5 Blue HDi, que chegam a até 110 cv ou 130 cv.
O câmbio pode ser manual de cinco marchas ou automático de oito velocidades.
Conforme a Citroën confirme a comercialização do C4 no Brasil, o mais provável é que ele herde os conjuntos mecânicos do C4 Cactus. Isto é, o 1.6 THP que oferece até 173 cv. Uma versão de entrada pode ser equipada com o motor 1.6 aspirado flexível de até 118 cv e 15,47 kgfm de torque.
Há também a possibilidade do SUV utilizar alguns dos motores turbo da família GSE, da Stellantis.
Elétrico tem autonomia de até 350 km
Já o E-C4 comporta bateria de 50kWh que garante até 350 km no ciclo WLTP. A potência chega a 136 cv e o torque instantâneo em 26,5 mkgf. De acordo com a marca, a um carregador rápido de 100kW consegue carregar 80% da bateria do veículo em 30 minutos.
Tecnologia e conforto
Para tornar o passeio mais tranquilo, o modelo utiliza suspensão McPherson independente no eixo dianteiro, bem como uma barra de torção atrás. Assim como no C4 Cactus europeu, a suspensão ainda conta com batentes hidráulicos progressivos para anular qualquer irregularidade no solo.
No quesito segurança, ele recebe, por exemplo, freio de segurança ativo, alerta de risco de colisão, monitoramento de ponto cego, freio de segurança pós-colisão, câmera de ré, alerta de fadiga e reconhecimento e recomendação de sinais de trânsito.
Visual moderno, mas interior simples
O substituto do Cactus chega mais moderno ao mercado. Além do brusco caimento do teto na coluna C, que reforça a identidade cupê ao SUV, o C4 ousa na traseira.
As lanternas em LED são unidas por uma barra preta que percorre toda a tampa do porta-malas. Além disso, o conjunto ótico é composto por uma linha luminosa perpendicular à lanterna. Logo acima, há um pequeno aerofólio traseiro.
Na dianteira, destaca-se o reto e alongado capô, que dá a impressão do veículo ser maior. Pequenos, os elementos luminosos da coluna A se dividem em níveis, com assinatura luminosa de DRL em LED que se junta à grade, faróis altos na porção central e faróis de neblina na parte de baixo.
Embora simples, a cabine é harmoniosa e possui recursos tecnológicos na medida. A central multimídia de 10″ oferece conectividade com Apple CarPlay e Android Auto, enquanto o painel de controle também é digital
(em algumas versões, o SUV é dotado do head up display).
No entanto, o que pode desapontar os mais apaixonados por tecnologia é a grande quantidade de botões físicos. No console, há um freio de mão eletrônico, seletor de câmbio e seletor de modos de condução.
Cronograma da Citroën para o Brasil
Para o segundo semestre do ano, a Citroën confirmou o lançamento do sucessor do C3. Ele será um mini Cactus com arquitetura modular mais barata e capaz de atender às exigências legais. A fábrica da PSA, em Porto Real (RJ), inclusive já está ajustada para receber a arquitetura.
O C3 Aircross já foi revelado na Europa e antecipa o visual do SUV pequeno nacional. Posteriormente, a empresa ainda pode introduzir dois novos produtos ao Brasil, o CC24 e o CC26. Ou seja, um SUV e um sedã, respectivamente. No território indiano, o CC24 começará a ser fabricado em 2022 e deverá substituir o C4 Cactus. Dessa forma, é muito provável que o primeiro projeto se trate da nova geração do C4.
O Jornal do Carro entrou em contato com a Citroën para saber mais informações sobre o SUV. De acordo com a fabricante, não há chances de trazer o C4 para o Brasil e o registro do desenho é um protocolo mundial da Citroën.