Recém-lançado no Brasil, o BYD King chegou com uma proposta agressiva para incomodar o Toyota Corolla, líder do segmento de sedãs médios há muitos anos. Roubar a coroa será difícil, já que o modelo chinês não tem versões a combustão como o japonês. Mas nas configurações híbridas, a disputa promete pegar fogo.
Tanto que a BYD decidiu estender o prazo do bônus de reserva do King, que inicialmente iria até dia 19 de junho, até o final deste mês – ou seja, apenas por mais alguns dias. Dessa forma, o sedã recebe desconto de R$ 6 mil em suas duas versões. A de entrada GL sai de R$ 175.800 por R$ 169.800, enquanto a de topo GS, que custaria R$ 187.800, tem preço reduzido para R$ 181.800. Lembrando que o Corolla também tem duas opções híbridas: a Altis Hybrid parte de R$ 187.790 e a Altis Hybrid com Premium Pack custa R$ 198.890.
BYD tem margem para negociação
Mas como a BYD consegue segurar os preços com a iminência do aumento do imposto de importação? Com expectativa de vender cerca de 100 mil carros no Brasil em 2024 (já são 27 mil emplacamentos até maio), a montadora chinesa tem apostado suas fichas por aqui. Tanto que nos últimos meses, trouxe aproximadamente 60 mil carros híbridos e elétricos ao País para se antecipar aos aumentos do imposto.
Até o ano passado, carros elétricos eram isentos do imposto, enquanto a taxa dos híbridos variava em até 4%. Em janeiro, a alíquota subiu para 10% (elétricos), 12% (híbridos) e 12% (híbridos plug-in). Outro aumento acontecerá agora em julho, chegando aos 18%, 20% e 25%, respectivamente. O teto máximo, de 35%, virá em julho de 2026, mas a Anfavea negocia com o governo para antecipar a implementação da alíquota máxima.
Ao menos esse volume de veículos deve ser suficiente para frear o aumento expressivo de preços nos próximos meses. Foi assim que a BYD conseguiu segurar o desconto do King, já que um bom número de unidades do sedã está nesse lote de importação. Por isso mesmo o bônus pode até ser estendido por mais algumas semanas, se for de interesse da empresa.
Fora isso, a BYD terá sua própria fábrica no Brasil, que já está sendo construída em Camaçari, na Bahia. A operação deve começar no primeiro semestre de 2025 e, entre os modelos que sairão da linha de montagem nacional estão Dolphin, Dolphin Mini, Song Plus e Yuan Plus, por exemplo.
Como é o BYD King
O sedã médio híbrido é equipado com motor 1.5 aspirado a gasolina de 110 cv e 13,7 mkgf a um elétrico de 179 cv e 32,2 mkgf no GL e 197 cv e 33,1 mkgf no GS. Assim, a versão de entrada entrega 209 cv, enquanto a de topo chega aos 235 cv. A montadora não divulga o torque combinado.
Além da potência distinta, outra diferença fundamental nas configurações é o tamanho da bateria. São 8,3 kWh na GL e 18,3 kWh na GS – esta última tem autonomia divulgada pelo Inmetro de 806 km na cidade e 720 km na estrada. De acordo com a BYD, contudo, o sedã pode rodar até 1.200 km (1.100 km na GL) com o tanque cheio de gasolina e com a bateria totalmente carregada.
Além de visualmente iguais, as duas versões trazem praticamente a mesma lista de itens de série. É comum em ambas a central multimídia de 12,8”, que tem comando giratório e conectividade com Android Auto e Apple CarPlay. O quadro de instrumentos também é digital de 8”. O sedã tem seis anos de garantia sem limite de quilometragem. Para a bateria, a garantia sobe para 8 anos, também sem limite de quilometragem.
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