Em 2022, cerca de 92 pessoas perderam a vida por dia em acidentes de trânsito no Brasil. E muitas dessas vítimas são crianças. De acordo com a ONG Criança Segura, essa é a principal causa de mortes de crianças com idades entre 5 e 14 anos no País, envolvendo tanto ocupantes de veículos como atropelamentos.
Assim como o cinto de segurança é um item fundamental na redução de mortes de adultos, as cadeirinhas infantis de retenção também têm papel crucial em caso de acidente com a presença dos pequenos. Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso da cadeirinha reduz em até 60% o número de óbitos infantis no trânsito.
O item é obrigatório no Brasil desde 2008, mas em 2021 passou a abranger crianças de até 10 anos – anteriormente, a obrigatoriedade era para a faixa etária de até 7 anos. Isso porque até essa idade elas não atingem altura suficiente para que o cinto fique na posição correta, podendo passar pelo pescoço e causar sufocamento. Entretanto, se a criança tiver mais de 1,45 metro de altura, está dispensada do uso do equipamento. Quem descumprir a lei comete infração gravíssima, resultando em 7 pontos na CNH e multa de R$ 293,47.
Crianças protegidas conforme a idade
Existem três tipos principais de assentos de retenção para crianças: o bebê conforto, a cadeirinha reversível e o assento de elevação, também conhecido como booster. Há diversos modelos e marcas disponíveis no mercado, mas é preciso ficar de olho não só na idade da criança como também em características físicas como peso e altura, por exemplo. Veja abaixo o tipo de cadeirinha indicado para cada uma delas.
Bebês de até 1 ano ou com até 13 kg
O bebê conforto deve ser usado desde o nascimento e sempre fica voltado para trás, de frente para o vidro traseiro. Em caso de um impacto, a criança será impulsionada para o interior da cadeira, fazendo com que seu corpo receba menos pressão e sua cabeça fique mais protegida. Esse tipo de modelo vem com uma base fixa para instalar no carro. Desse modo, o dispositivo pode ser fixado e retirado, tornando mais fácil colocar e tirar o bebê do carro.
Crianças entre 1 e 4 anos ou com peso entre 9 kg e 18 kg
Nessa faixa etária ou até quando estiverem na faixa de peso indicada pelo limite do fabricante, as crianças devem usar uma cadeirinha reversível, presa com o cinto no banco traseiro. Diferente do bebê conforto, o dispositivo deve ser usado de frente para o veículo, no mesmo sentido que o banco dos pais. Entretanto, a estrutura da cadeira ainda é uma proteção contra impactos, preservando o corpo e cabeça da criança cuja estrutura óssea ainda está em formação.
Crianças de 4 a 10 anos
Nessa idade, a regra é usar um assento de elevação na parte de trás do carro e com o cinto de segurança. Assim, o assento de elevação atende crianças maiores que precisam apenas de um “empurrãozinho” para chegar na altura ideal para usar o cinto do veículo com segurança. O booster pode ter a parte do encosto quando a criança é menor ou apenas a parte do assento para elevar a posição dos maiorzinhos.
Crianças na moto? Só a partir dos 10 anos
Conforme a lei, apenas crianças maiores de 10 anos podem ser transportadas em motos. Para aumentar a segurança nesse tipo de veículo, recomenda-se ainda o uso de equipamentos como capacete e luvas, além roupas adequadas para a proteção dos joelhos, tornozelos e cotovelos.
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