Thiago Lasco
A prorrogação do desconto do IPI para veículos novos refletiu nos usados, que também estão com preços mais atraentes. Mas é preciso ter alguns cuidados antes de fechar negócio envolvendo um veículo de segunda mão, sob o risco de o que parece um bom negócio se transformar em dor de cabeça.
Publicidade
Muitos consumidores se deixam levar pela aparência, que pode induzir a erros de avaliação. “Um carro bonito não necessariamente está em bom estado. Há riscos como problemas no motor, ou ele ter sofrido uma pancada por baixo”, alerta o gerente de vendas de usados da autorizada Chevrolet Absoluta, Rodrigo Zaccariello.
O carro deve ser inspecionado à luz do dia. Isso facilita a percepção de diferenças na pintura e amassados na lataria, que podem indicar colisão (veja lista de itens a serem checados abaixo). Para quem não é do ramo, o ideal é levar um mecânico de confiança.
As próprias concessionárias tentam se proteger para não comprar veículos em mau estado. Muitas passaram a exigir do vendedor uma perícia cautelar automotiva antes de comprar ou aceitar o usado na troca por outro modelo. Durante a vistoria são examinados o estado geral, quilometragem, procedência e documentação do veículo.
“O laudo influencia no valor de avaliação”, explica o supervisor de vendas e avaliador da Ford Caoa, João Vital Neto. O serviço, feito por empresas especializadas, custa entre R$ 100 e R$ 150 e a conta deve ser paga pelo vendedor.
Serviços
O consumidor que adquire um usado de um particular não conta com a garantia oferecida pelas lojas. Mas há serviços que podem ajudá-lo a fechar negócio com mais segurança. Com a ajuda de empresas como Checkauto e Carcheck, o próprio interessado consegue levantar o histórico do veículo, rastrear multas, bloqueios judiciais e saber se o carro é recuperado de roubo, furto e sinistro. As consultas são feitas a partir de informações como os número da placa e do chassi.
Outra possibilidade é contratar os serviços de uma empresa especializada. Na Dekra, a avaliação custa R$ 130 e inclui checagem de chassi, carroceria, pintura e equipamentos, além da documentação e histórico.
O empresário Diogo Vallim (foto) costuma usar as vistorias oferecidas pela seguradora quando está em busca de um usado em boas condições. “Encontrei minha Fiat Palio Weekend 2004 em um site e avisei a loja que iria retirar o carro às 14h. Mas agendei a vistoria para as 10h, antes de fechar negócio. Foi ótimo, pois saí de lá com o carro vistoriado e já segurado”, conta.
DICAS PARA ANTES DE FECHAR NEGÓCIO:
– O manual do proprietário mostra se as revisões foram feitas;
– Veja se o desgaste de pneus, bancos e volante condiz com a quilometragem apontada;
– Diferenças de brilho e tonalidade na pintura podem indicar colisão, assim como portas, quinas e para-choques desalinhados;
– Balance o carro para checar se a suspensão e amortecedores apresentam oscilação excessiva;
– Veículo que passou por enchente tem odor na cabine e danos no carpete e estofamentos;
– Faça test drive para checar se há ruídos ao passar sobre piso irregular ou ao acionar os freios;
– Fumaça escura saindo do escapamento acusa defeitos no motor e desgaste excessivo de peças;
– Confira se os números de chassi, vidros e placa são os mesmos impressos na documentação.
(Confira a fan page do Jornal do Carro no Facebook: https://www.facebook.com/JornaldoCarro)