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Donos de Tesla estão desconfiados da privacidade das câmeras de seus carros
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Donos de Tesla estão desconfiados da privacidade das câmeras de seus carros

Organização alerta sobre a privacidade das câmeras que atuam como detectores de fadiga em Teslas. Donos mostram preocupação sobre câmeras estarem gravando, mesmo quando estão desabilitadas.

Emily Nery

25 de mar, 2021 · 5 minutos de leitura.

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Proprietários de Tesla estão preocupados que podem estar sendo filmados pelas câmeras da cabine mesmo quando estão inativas
Proprietários de Tesla estão preocupados que podem estar sendo filmados pelas câmeras da cabine mesmo quando estão inativas
Crédito:Reprodução/Tesla

Muito provavelmente você já se questionou sobre a privacidade da câmera do seu celular, ou notebook. Agora, essa dúvida surge em donos de Tesla, preocupados com o que as câmeras de dentro da cabine realmente gravam ou transmitem. O grande problema é que não dá para falar em carros autônomos sem falar de câmeras de monitoramento em todos os lugares, inclusive de frente para os ocupantes.

Sem nenhuma novidade, a câmera que monitora os proprietários dos modelos Model 3 e Model Y prometem ficar desabilitadas o tempo todo. Assim, elas são ativadas no momento de algum acidente ou na ativação da frenagem de emergência. sos de emergência do veículos, quando, em tese, deveria estar desabilitada. Cabe somente ao motorista habilitar essa função e então fornecer dados à Tesla sobre a funcionamento de seu software.

Mas, de acordo com o Consumer Reports, essa câmera consegue gravar e até transmitir o vídeo de momentos prévios do acidente ou do acionamento dos recursos de emergência, quando, em tese, deveria estar desabilitada.

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Model 3 donos
Tesla/Divulgação

Outras montadoras utilizam tecnologia infravermelha

A fabricante, por sua vez, não chegou a fornecer dados adicionais sobre seu sistema de monitoramento do motorista. Vale lembrar que outras montadoras, como BMW, Subaru, Ford e GM (consultadas pelo órgão) também dispõem de câmeras na cabine de seus veículos, que atuam com detectores de fadiga.

Contudo, essas empresas as utilizam com tecnologia infravermelha para identificar os movimentos dos olhos ou a posição da cabeça do condutor, por exemplo. Em contraste com a Tesla, esse recurso de monitoramento funciona em loop, em sistema fechado. O acesso aos dados registrados só acontece após um acidente.


De acordo com John Davisson, conselheiro sênior do Centro de Informações de Privacidade Eletrônica, "sempre que o vídeo está sendo gravado, ele pode ser acessado mais tarde". Ele ainda comenta que, no caso da Tesla, embora haja proteção legal sobre quem acessa esses dados, existe a possibilidade da polícia e seguradoras obterem esses dados.

Vale enfatizar que Elon Musk já insinuou pelas redes sociais que poderia monitorar os donos de Tesla. Pelo Twitter, Musk afirmou que usando as câmeras da cabine, poderia proibir os motoristas de participarem da fase de testes do Autopilot Full Self-Driving. Ainda em desenvolvimento, ele é o sistema de piloto automático que permite a condução sem auxílio do motorista.


Estudo do MIT buscou entender a interação entre o motorista com os recursos do Tesla Autopilot
Reprodução/Eletrek/MIT Agelab

Todavia, o uso indevido desse sistema poderia beneficiar a própria Tesla. Segundo Kelly Funkhouser, gerente de programa da Consumer Report para testes de interface de veículos, a empresa pode usar gravações de vídeo durante algum acidente para provar que o motorista estava distraído. Desse modo, ela se exime de qualquer responsabilidade.

Sistema de monitoramento obrigatório

De modo que aumentam as tecnologias semiautônomas do veículo, é necessário um sistema de monitoramento ao motorista, para que ele não se distraia da direção. A partir de 2023, esse será um requisito obrigatório avaliado pelo Euro NCap.




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