Redação

25/02/2019 - 6 minutos de leitura.

Fiat colaborou com a ditadura no Brasil

Reportagem do ‘The Intercept Brasil’ diz que Fiat permitiu acesso do DOPS; montadora diz que ‘não tem memória do assunto’

FÁBRICA DE BETIM, UMA DAS MAIORES DO MUNDO DA FIAT. CRÉDITO: FCA/DIVULGAÇÃO Crédito:

Vai comprar um 0km? Nós te ajudamos a escolher.

Em reportagem do site ‘The Intercept Brasil’, a Fiat é acusada de ter colaborado e permitido a presença de aparato de repressão da ditadura dentro de sua fábrica no Brasil. A publicação afirma que a companhia de origem italiana montou um setor de inteligência e segurança que era comandado por um militar da reserva, cuja responsabilidade era, entre outras coisas, evitar levantes grevistas na companhia.

Com base em documentos levantados pela reportagem na Itália e no Brasil, além de depoimentos de pessoas ligadas à companhia na época, o site mostrou que a companhia teve garantia do governo de que “não haveria problemas com sindicalistas”. Segundo a matéria, isso porque os trabalhadores, em sua maior parte, seriam pessoas de baixa escolaridade e sem histórico de ligação sindical.

Entre outras ações, o homem responsável pela segurança, coronel Joffre Mario Klein, tinha como função fichar funcionários e negociar seus destinos com os órgãos de repressão da ditadura. Há registros de viagens de Klein a Turim, na Itália, para aprender os processos de espionagem e repressão utilizados pela sede contra os funcionários e o sindicato na operação italiana – já que lá o partido comunista e o movimento sindical tinham muita força.

Continua depois do anúncio

LEIA MAIS:

Os documentos mostram também que a Fiat adotava um padrão de acelerar progressivamente as máquinas durante os turnos de trabalho. Isso exigia mais dos funcionários e, segundos os relatos, levava os trabalhadores à exaustão.

No texto, há relatos de coerção de funcionários para que se tornassem “agentes duplos”. Com promessa de promoção ou estabilidade no emprego, eles delatavam possíveis colegas com ligações “subversivas”.


Diferentemente do Brasil, na Itália o caso foi a julgamento e várias pessoas foram processadas por envolvimento pelo procurador Raffaele Guariniello. No total, 36 pessoas, incluindo cinco executivos da Fiat e um chefe da polícia local. Contudo, ninguém foi preso já que os crimes haviam prescrito.

Ao Jornal do Carro, a Fiat do Brasil afirmou que não tem pessoas na companhia com memória do assunto. E salientou também “a relação pacífica, aberta e transparente que mantém com sindicato, além do respeito para com o trabalhador”.

VOLKSWAGEN CONFIRMOU ENVOLVIMENTO COM A DITADURA NO BRASIL


Em 14 de dezembro de 2017, a Volkswagen do Brasil reconheceu que apoiou a ditadura militar no Brasil. Com base em depoimentos de ex-empregados à Comissão Nacional da Verdade, em 2014, a empresa realizou um estudo para avaliar seu papel durante os anos do regime, entre 1964 e 1985.

A companhia conduziu uma pesquisa interna e contratou o historiador Christopher Kopper para examinar com independência e maior profundidade a relação da empresa com o poder da época. E o especialista concluiu que “houve cooperação entre indivíduos da segurança interna da Volkswagen do Brasil e o regime militar vigente”. Porém, segundo sua pesquisa, “não foram encontradas evidências claras de que a cooperação era institucionalizada na empresa”.

Kopper avaliou que a mudança corporativa e cultural ocorreu entre 1979 e o início da década de 1980. Em 1982, a empresa realizou a primeira eleição secreta para eleger um Conselho de Trabalhadores no Brasil.


Durante o trabalho, em São Paulo, o Professor Kopper visitou arquivos governamentais brasileiros e entrevistou testemunhas da época. A pesquisa também se baseou em documentos do arquivo corporativo da Volkswagen AG em Wolfsburg, Alemanha, e do arquivo corporativo da Volkswagen do Brasil.

VEJA TAMBÉM: AS MAIORES MENTIRAS DAS MONTADORAS

Veja mais: detalhes da galeria

Notícias relacionadas

Notícias

Ferrari 12Cilindri é novo supercarro da marca com motor V12

Lançamentos

Novos Mercedes-Benz EQA e EQB chegam ao Brasil; veja os preços

Mercado

Chevrolet Onix Plus, Fiat Cronos e Toyota Corolla: os 10 sedãs mais vendidos de abril

Notícias

Toyota Starlet pode retornar como novo esportivo da Gazoo Racing

OFERTAS 0KM
CRETA Action AT - PcD De R$ 119.990 por R$ 98.823

Hyundai Creta Action PCD

Bônus de até R$ 9 mil na troca do seu usado ou taxas a partir de 0% a.m.

Hyundai Creta New Generation Platinum Safety com teto solar

Novo Hyundai HB20S. É outra categoria de carro com mais tecnologia e conectividade. 

Hyundai New HB20S Platinum Safety

De R$ 149.990 Por: R$ 139.990

Hyundai Creta New Generation Limited Safety

A partir de R$ 245.490,00

Mitsubishi L200 Triton Sport Outdoor GLS

Entrada + 48x de R$ 999 + Parcela final com recompra garantida

Hyundai Creta Action

VER TODAS AS OFERTAS