O Flipper Zero surgiu como um dispositivo para reforçar a segurança cibernética. Na linguagem mais técnica, permite fazer o teste a vulnerabilidade (“Pentest” ou “teste de penetração”) com eletrônicos. Entretanto, tornou-se um problema, sobretudo para os carros. Por isso, a Anatel e a Receita Federal proibiram a sua importação no Brasil. O receio é que hackers e criminosos utilizem o aparelho para praticar furtos de veículos no País.
Como funciona o Flipper Zero
O dispositivo permite clonar radiofrequências emitidas por controles remotos. Tais como portões eletrônicos, sistemas de segurança residenciais, crachás de empresa e chaves de carros, por exemplo. Foi assim que o Flipper Zero ganhou popularidade. O aparelho viralizou no TikTok com vídeos que mostravam seus recursos. Com o equipamento, é possível ligar e desligar aparelhos eletrônicos. Ou acender faróis, acelerar os carros, bem como destravar as portas.
A Electronic Frontier Foundation (EFF), organização sem fins lucrativos com sede em São Francisco, na Califórnia (EUA), questiona a decisão da Anatel. E alega que o Flipper Zero serve para testes de segurança cibernética. Além disso, destaca que o dispositivo leva as empresas a corrigirem falhas de segurança nos equipamentos. Da mesma forma, a EFF argumenta que impedir sua importação é um retrocesso para o Brasil.
Vale ressaltar que o Flipper Zero não é o único dispositivo capaz de burlar a segurança de veículos. Ele apenas se tornou o mais conhecido.
Como o Flipper Zero interfere nos carros?
Em resumo, as montadoras criam diversos códigos para “criptografar” os carros. Essa prática impede, por exemplo, que dois automóveis idênticos, feitos em sequência, sejam abertos com o mesmo controle. Entretanto, caso a montadora deixe uma brecha na codificação, o Flipper Zero pode facilmente burlar o sistema. E acessar funções dos veículos. Por isso a proibição no Brasil. Ainda mais com os carros atuais cada vez mais cheios de eletrônicos.
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