Depois de muita espera, atualizações e chegadas de novas concorrentes, a Ford enfim apresenta a Maverick. A menor picape da marca custará a partir de US$ 19.995 mil (R$ 101,2 mil na conversão direta, sem taxas) e oferecerá duas opções de motorizações, uma turbinada e outra híbrida. Confirmada ao Brasil, ela promete dar trabalho à Fiat Toro.
A grande missão da Ford Maverick nos EUA, além de atrair pessoas que nunca tiveram uma picape, é se tornar a mais econômica entre os comerciais leves, gastando cerca de 6,36 litros por 100 km rodados (algo como uma média de 15,7 km/l). Assim, tenta se distanciar da antiga relação entre os motores a diesel e as picapes.
Com porte pequeno para o maior mercado de picapes do mundo, a Maverick possui 5,07 metros de comprimento, por 1,74 m de altura, 1.84 m de largura e 3,07 m de entre-eixos. Para efeito de comparação, a Fiat Toro é ligeiramente menor. Ela tem a mesma largura (1,84 m) e praticamente a mesma altura (1,73 m), porém é menor em comprimento (4,94 m) e na distância entre-eixos (2,99 m).
Entretanto, se compararmos a capacidade de carga, a Toro com motor turbo flexível ganha. O volume da caçamba da picape da Fiat tem 937 litros e leva até 750 kg de carga. Já a caçamba da picape da Ford oferece 942 litros, mas consegue transportar até 680 kg.
Chassi em monobloco
Mesmo sendo uma picape com chassi em monobloco, a Maverick pode desenvolver desempenho fora-de-estrada de uma picape maior. Nas versões mais caras que utilizam o motor 2.0 EcoBoost turbo, o proprietário pode solicitar pelo pacote opcional de reboque 4K. Então, a capacidade de reboque dobra de 907 kg para até 1.814 kg.
Mecânica é protagonista
Para encarar os próximos lançamentos da categoria, a Maverick estreia com duas motorizações. Logo nas versões de entrada, traz mecânica híbrida que combina o motor 2.5 a gasolina de quatro cilindros e 162 cv a outro elétrico de 126 cv. Juntos, fornecem até 191 cv de potência e 21,4 mkgf. Essa opção possui tração dianteira e usa câmbio automático do tipo CVT.
A segunda configuração emprega o mesmo motor do Bronco Sport, o 2.0 EcoBoost turbo que entrega até 240 cv e 38 mkgf. Neste caso, o câmbio é automático de oito marchas e a tração, dianteira. Todavia, o cliente pode pagar mais pela tração integral e suspensão traseira multilink.
Visual herdado da F-150 antecipa nova Ranger
Embora derivada do Bronco Sport, a Maverick herda uma série de elementos da nova F-150. A exemplo dos faróis que formam grandes arcos simétricos no formato de letra C. Em ambas as picapes, as DRLs ficam na parte superior deste arco. Além disso, as setas ficam nas extremidades das barras que atravessam a grade.
Como de costume, o desenho interno da grade varia conforme a versão e o pacote opcional. Cabe ressaltar que essa nova identidade visual da dianteira da Maverick e da F-150 antecipa o que podemos esperar do design da nova geração da Ranger, prevista para chegar em 2023.
Na traseira, o desenho é mais limpo. O nome do modelo aparece inscrito em baixo relevo no centro da porta da caçamba e em letras maiúsculas, assim como ocorre na Ford F-150 Lightening.
Interior funcional de Bronco Sport
Conforme antecipamos na semana passada, a cabine mais se parece com o habitáculo do Bronco Sport do que com a da Ranger. À exceção do cavalo que faz alusão à marca Bronco, o volante, seletor de marchas giratório, o console central e a tela multimídia de 8 polegadas vêm do SUV.
Com o intuito de transportar objetos pequeno, embaixo dos bancos traseiros a Ford implementou um pequeno compartimento de carga. Essa solução também está presente no utilitário esportivo.
Diferentemente do Bronco Sport, atrás da central multimídia há um porta objetos. Ainda falando sobre a tela central, há conexão sem fio com as interfaces Apple CarPlay e Android Auto, bem como a plataforma de conectividade Ford Sync3 a partir da versão Lariat.
De série, o FordPass Connect transforma a picape em um hotspot de Wi-Fi que conecta até 10 dispositivos. Tecnologia parecida com o Fiat Connect Me, a plataforma permite travar e destravar portas, ligar e desligar o veículo e verificar o nível de combustível, por exemplo, pelo celular.
Outros destaques incluem duas tomadas de 110 Volts, uma na cabine e outra na caçamba, além de câmera de ré, frenagem automática de emergência e farol alto automático. A depender da versão, a Maverick inclui ar-condicionado dual-zone, trava elétrica para tampa, chave presencial e banco do motorista com ajuste elétrico.
Picape chega a partir de outubro
A Maverick chega a partir de outubro nos EUA em três configurações — XL, XLT e Lariat. O pacote FX4 disponível para as versões XLT e Lariat oferece tração nas quatro rodas, pneus ATR e cinco modos de condução.
Com foco na segurança, o pacote Co-Pilot 360 incluí assistente de permanência em faixa, controle de cruzeiro adaptativo com Stop&Go, alertas de ponto cego e de tráfego cruzado, e assistência de manobra evasiva, que dá uma ajuda extra num desvio de emergência.
Somente para o primeiro ano, a Ford disponibilizará a Maverick First Edition. Baseada na versão Lariat, a edição de lançamento incluiu design exclusivo no capô e nas portas, pintura em preto brilhante no teto, capota marítima e rodas exclusivas de 17 ou 18 polegadas.
Nova Maverick ao Brasil
Se nos EUA a picape da Ford mira a Hyundai Santa Cruz, no Brasil o alvo principal é a consolidada Fiat Toro. Importada do México, a Maverick deve chegar até no início de 2022. Todavia, a Ford ainda não se pronunciou quanto às versões que virão ao país.
Assim, caso chegue apenas na versão topo de linha Lariat, o preço pode superar os R$ 200 mil. Desse modo, a Maverick poderá se tornar um modelo de nicho e não terá fôlego perante a Toro, que é feita em Goiana (PE).
Mas, surpreendentemente, a montadora pode importar a versão híbrida para o Brasil. Uma vez que o foco do modelo é a economia de combustível, a Maverick pode atrair um bom público com essa premissa. Entretanto, o preço precisará ser cirúrgico, até para não atrapalhar a Ranger.
O Jornal do Carro está no Youtube
Inscreva-se