Desde o final de 2023, algumas montadoras estão com a produção paralisada na Argentina. Entre as fabricantes estão, por exemplo, General Motors, Volkswagen, Nissan e Renault. De acordo com a imprensa local, as empresas estenderam o prazo de férias dos funcionários e vão manter as fábricas fechadas por mais algumas semanas por falta de peças.
A escassez acontece em razão de dívidas acumulados do ano de 2023, em dólares. Dessa forma, fornecedores de componentes da indústria automotiva enfrentam dificuldades para importar novos materiais. Segundo o jornal Ámbito Financeiro, tudo se desencadeou quando o ex-ministro da Economia Argentina, Sergio Massa, aconselhou as empresas a financiarem os valores das peças. Em seguida, prometeu que a quantia seria devolvida de acordo com o câmbio oficial do Banco Central, com o intuito de cessas as dívidas.
No entanto, esse retorno nunca aconteceu. Como consequência, o acumulado já ultrapassa a faixa dos 8 milhões de dólares. Ou seja, cerca de R$ 39,4 bilhões. Assim as empresas externas não vão enviar novos componentes até a regularização, fazendo com que as empresas reduzam o ritmo de produção.
Volta da produção
A Volkswagen, que tem fábrica em Pacheco, já confirmou que as operações estão previstas para voltar até o início de março. No entanto, com apenas um turno no começo. Por lá, a montadora tem as linhas de produção da picape Amarok e do SUV Taos. Dessa forma, a reestilização da Amarok, por exemplo, que estava prevista para estrear nesse 1° semestre, pode atrasar em função da pausa na produção.
Já a GM, que produz localmente o Tracker na fábrica de Alvear, em Santa Fé, também tem previsão de retorno em março. Entretanto, não chegou a divulgar como seria essa volta. Por sua vez, Renault e Nissan já voltaram as operações na planta de Santa Isabel. Mas ainda não de forma completa. Seja como for, segundo uma fonte, as operações ainda devem demorar para voltar ao normal. Além disso, confirmou ao Ámbito que mais alguns cortes devem acontecer nesse começo de ano.
Incerteza na Argentina
Para tentar driblar a situação, o atual governo de Javier Milei chegou a emitir um título chamado de Bopreal, na tentativa de resgatar as empresas endividadas no exterior. A proposta é quitar a dívida em um prazo de quatro anos. Entretanto, não são todos os fornecedores que aceitam a medida. Seja como for, segundo a imprensa local, a única empresa que aderiu o título foi a Toyota, que produz a Hilux e o SW4 na planta de Zárate e também deve reduzir a produção.
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