A Honda apresentou hoje a 11ª geração do Civic. O tradicional sedã japonês é o mais novo adepto da identidade visual minimalista, sem grelhas enormes, vincos demarcados e elementos cromados. O que pode dificultar a vida do sedã, contudo, está sob o capô: os novos trens de força não adotam motores elétricos e podem fazer o Civic perder mercado para o Corolla.
De acordo com a Honda, a filosofia por trás da nova geração chama-se “Máximo Homem/Mínimo Máquina”. Traduzindo o conceito, os designers buscaram criar um veículo com visual “limpo” e premium. Para dar a impressão de um carro maior, eles prolongaram o capô ao recursar a linha do pára-brisa em 5 cm, por exemplo.
Mas a carroceria também mudou e ganhou 3 cm de comprimento (4,67 m), 1 cm de largura (1,80 m), e 3 cm de entre eixos (2,73 m). Já a altura diminui ligeiros 15 mm (1,415 m).
Um dos pontos mais fracos da nova geração, todavia, é a perda de mais de 100 litros de porta malas. De 525 litros, o Civic oferece apenas 419 litros agora. Portanto, sedãs compactos dispõem do bagageiro maior do que o sedã médio.
Visual mais simples
Em comparação com a antiga linha, fica claro a austeridade da nova grade. Isso porque o elemento cromado que carrega o símbolo da Honda foi tirado e a grade na cor preta diminuiu. Soma-se a nova identidade visual da dianteira os novos faróis full-LED, que se tornaram mais finos e horizontais, sem aquela leve curvatura que acompanhava o desenho do capô.
O conjunto acompanha um desenho em LED que servirá como luzes de rodagem. Grande mesmo é o para-choque trapezoidal, cujo em novo formato traz uma grande passagem de ar. Para combinar, duas caixas na cor preta emolduram os faróis de neblina.
A traseira, por sua vez, aposenta as lanternas em formato de bumerangue e segue a tendência do mercado. As lanternas tem um desenho mais simples e ficam na posição horizontal. A tampa do porta-malas ficou levemente mais alta. A Honda explica que a parte de trás aumentou 1,3 cm a fim de melhorar a estabilidade.
Inclusive, o novo Civic é o mais rígido de todos os tempos. Ele utiliza aço e alumínio de alta resistência. Como resultado, houve melhorar na rigidez de flexão e torcial, o que traz melhorias não só para a segurança, bem como para o conforto.
Desse modo, a fabricante manteve a suspensão MacPherson na dianteira e adicionou juntas esféricas e rolamentos de montagem para melhorar a dirigibilidade. Atrás, foram posicionadas novas buchas a fim de diminuir as vibrações da cabine e deixá-la mais estável. Além disso, uma série de alterações foram feitas na estrutura da carroceria para melhorar o conforto e estabilidade do carro.
Interior sóbrio
A cabine seguiu a receita da nova identidade visual e também adotou um design minimalista sem abrir mão da tecnologia. Assim, o painel recebe duas telas digitais: o painel de instrumentos de 10,2″ e a tela de entretenimento de 7″ com Android Auto e Apple CarPlay. Na versão Touring, a tela cresce para 9″ e o console traz carregador por indução.
Abaixo da central multimídia, a Honda posicionou botões físicos e um acabamento prateado que se estende até a porta do passageiro, dando um ar retrô ao painel.
Motores
Aqui está o tendão de Aquiles do sedã. A grande expectativa era a adoção de uma propulsão híbrida que o desse fôlego para encarar o Corolla. Dessa vez, a Honda apresentou duas opções 100% a combustão.
A primeira opção se trata do motor de quatro cilindros e 2.0 litros que obtém até 180 cv e 24,5 mkgf. Ela está disponível nas versões LX e Sport.
Já as versões EX e Touring empregam o propulsor 1.5 turbo. Este não é exatamente o motor presente na linha 2021 do Civic. Ele passou por uma atualização para entregar até 182 cv e 19 mkgf. Isto é, 6 cv a mais do que o motor antigo. Como de costume, o câmbio é automático do tipo CVT em todas as configurações.
Honda Sensing
Como esperado, o Civic conta com o pacote de segurança e tecnologias semiautônomas Honda Sensing mais aprimorado. Ele recebe uma nova câmera frontal mais ampla para fornecer dados ao chamado Traffic Jam Assist. Ele permite reações mais rápidas do piloto automático adaptativo, condução mais linear ao usar o controle de manutenção de faixa, bem como frenagens mais suaves.
O recurso inclui também sistema capaz de identificar pedestre, ciclistas, linhas e sinais de trânsito. Há também o controle de frenagem de baixa velocidade e 10 airbags de série.
A fim de reduzir danos em um possível atropelamento, a Honda adicionou uma placa nos para-choques, e redesenhou a estrutura interna do capô. A mudança no veículo tem como intuito proteger as pernas e a cabeça da vítima.
Vem ao Brasil?
O Civic foi lançado primeiro nos EUA, país onde sua presença é forte, e chegará ao mercado norte-americano na metade do ano.
Para o Brasil, contudo, a fabricante ainda não confirmou a produção nem sua comercialização. Cabe ressaltar que ela já confirmou que vai parar de fabricar o sedã na Inglaterra e vai concentrar toda a linha de montagem no Japão.
Até o momento, não há informações sobre os preços das quatro versões. A imprensa estrangeira especula um valor que parta dos US$ 22.150, cerca de R$ 118,4 mil na conversão direta.