vendas varejo
Vagner Aquino/especial para o Estadão

Hyundai Creta se renova e vira o SUV mais potente da categoria; veja os preços

SUV da Hyundai troca motor 2.0 aspirado por 1.6 TGDI e gera potência de quase 200 cv; visual deve agradar quem reclamava do modelo anterior

Por Vagner Aquino 07 de out, 2024 · 12m de leitura.

Uma movimentação está prestes a acontecer na Hyundai. Não vai demorar muito para que a fabricante sul-coreana siga os passos de Fiat, Renault, VW e companhia e lance seu próprio SUV compacto. Vem aí, o SUV do HB20. Com isso, o Creta – à exemplo do Honda HR-V – vai subir um degrau. Mas, enquanto isso não acontece, a marca lança a reestilização do veterano. Recém-lançado na Índia, o utilitário mais vendido no varejo no acumulado do ano quer se livrar das polêmicas em relação ao visual e, por isso, adotou novo design. De quebra, tem interior atualizado e nova opção de motor.

Antes de tudo, cabe explicar a estratégia de preços da Hyundai. O Creta tem as mesmas cinco opções de acabamento. Em quatro delas, os preços se mantém na linha 2025. Fica assim: Comfort (R$ 141.890), Limited (R$ 156.490), Platinum (R$ 172.690) e N Line (R$ 182.090). Já a versão topo de linha Ultimate, custa R$ 189.990 – R$ 2.100 a mais que no modelo 24/24. Isso porque é a única equipada com o novo motor 1.6 TGDI. Nas demais, o já conhecido 1.0 turbo de três cilindros, de 120 cv de potência máxima.

Hyundai Creta
Vagner Aquino/especial para o Estadão

Adeus polêmica?

Feito em Piracicaba (SP), o Creta tem visual mais sóbrio. Assim como o irmão menor, HB20, o SUV apostou em linhas mais retas. Na dianteira, por exemplo o único detalhe que sobreviveu em relação ao modelo anterior é a altura dos faróis, que continua rente à grade com acabamento black piano – virou moda depois da Fiat Toro. Entretanto, todas as peças têm formato quadrado, isso vale para os faróis, para a régua DRL que que baseia o capô (modificado e mais altoe também para o para-choque. Lembra, inclusive, a atual geração do Santa Fe, com luzes em forma de letra “H”, de Hyundai.

Hyundai Creta
Vagner Aquino/especial para o Estadão

O carro vem cheio de apliques em prata nos para-choques. Mas, enquanto as laterais permanecem intactas (vem com rodas de 16″ a 18″, dependendo da configuração), a traseira também trocou as polêmicas lanternas. Adotou peças interligadas com filete de LEDs que vai de uma ponta a outra, cruzando assim a (também nova) tampa do porta-malas. O compartimento continua com os mesmos 422 litros de capacidade.


Vagner Aquino/especial para o Estadão

Comportamento

Assim como o novo estilo, a mecânica promete agradar. O motor 1.6 TGDI é a principal novidade mecânica do novo Creta. Afinal, substitui o 2.0 aspirado de 16V e 167 cv, já fora de aceitação por conta das novas regras de emissões e poluentes impostas pelo Proconve L8, em vigor a partir do ano que vem.

Pois bem, em números, o Creta topo de linha gera 193 cv de potência e, assim, torna-se o mais potente da categoria. O mais próximo disso é o Jeep Renegade, com 185 cv nas versões 1.3 turbo. O motor, importado da Coreia do Sul, bebe apenas gasolina e equipa o irmão New Tucson.


E, para checar como se comporta, o Jornal do Carro fez um primeiro test-drive com o novo Creta, em pista fechada, a convite da Hyundai. No asfalto, em meio a retas, curvas, acelerações e frenagens, dá para elogiar o comportamento do carro.

Hyundai Creta
Vagner Aquino/especial para o Estadão

Na cidade deve ser ainda melhor

Cabe ressaltar que este não é o habitat natural de um SUV compacto, afinal, quem compra esse tipo de carro tem, majoritariamente, uso urbano. E sem esquecer que não se compara o asfalto de uma pista com as péssimas condições das ruas do Brasil. Portanto, estamos falando apenas de uma primeira experiência – algo bem longe do uso real.


Pois bem, em relação a potência, de fato, o carro empolga. E tem torque de 27 mkgf, disponíveis já a breves 1.700 giros. Isso deixa o SUV esperto. Fica fácil vencer ladeiras, ultrapassagens, arrancadas e retomadas. É tanto que, de acordo com a Hyundai, são 7,8 segundos entre 0 e 100 km/h. E a velocidade máxima é de 210 km/h. Mesmo em ambiente de pista, não chegamos a tanto. Batemos, no máximo, 140 km/h.

Hyundai Creta
Hyundai/Divulgação

Neste momento (já acima do limite de qualquer estrada no Brasil), é evidente que há ruído na cabine. E por mais que o trabalho do câmbio (banhado a óleo) DCT, de dupla embreagem e sete marchas, seja digno, não consegue um casamento perfeito com o motor quando em velocidades muito altas. Entretanto, nos momentos em que decidimos “passear” pela pista, o comportamento mecânico foi praticamente impecável.


Em termos de suspensão, nada mudou. Logo, o Creta continua com o mesmo conforto já sentido na versão anterior. Nem macio demais, nem tão rígido. Como em todo SUV, por ser mais alto, a carroceria joga um pouco nas curvas quando se abusa muito do acelerador. Mas nada que não seja corrigido pela própria eletrônica do carro.

Vagner Aquino/especial para o Estadão

Tela interligada

Por falar em eletrônica, a lista de equipamentos é generosa no Creta. Vamos começar falando das telas que ocupam o topo do painel e são o principal destaque das mudanças no interior. Nela, quadro de instrumentos e central multimídia se dividem e cada peça tem 10,25″. As saídas de ar-condicionado (agora, automático e digital com duas zonas) também foram reposicionadas. Só o console central e o volante (multifuncional com base achatada) foram mantidos. Os desenhos dos bancos – agora tem ajuste elétrico no do motorista – permaneceram, mas dá para escolher entre diferentes quatro cores de acabamento. Tem, ainda, luz ambiente na cabine.


Vagner Aquino/especial para o Estadão

Em termos de segurança, tem câmera de 360 graus, freio de estacionamento eletrônico, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, monitoramento de pressão dos pneus e os sistemas ADAS que a marca chama de Hyundai SmartSense. No pacote, tem desde frenagem autônoma, detector de fadiga e sistema que mantém e centraliza o carro na faixa, até os novos assistentes de tráfego cruzado traseiro e de ponto cego, bem como alerta de saída segura. Permanecem também o farol alto adaptativo e os seis airbags.

Entre os equipamentos voltados ao conforto, o Creta Ultimate continua oferecendo banco do motorista com ventilação, volante com regulagens de altura e profundidade, carregamento sem fio para smartphone, limitador de velocidade, partida por botão revestimento de couro para os assentos. Agora, no entanto, a parte traseira ganhou apoio de braços com porta-copos e entrada USB do tipo C.


Vagner Aquino/especial para o Estadão

Mix de vendas

A Hyundai não abre números de vendas, mas, de acordo com Thiago Marques, responsável pelo marketing da fabricante, a expectativa é que a chegada do novo motor 1.6 TGDI impulsione as vendas da versão Ultimate. Assim, deve saltar dos atuais 5% para cerca de 10% do mix geral. Seja como for, a intermediária Limited deve continuar na liderança. Hoje, é a campeã de vendas da gama, com 31%, seguida por Platinum e Comfort (ambas com 28%) e N Line, com 8% de market share.

PRÓS

Creta deve agradar com visual mais clean; conjunto de suspensões continua com bom comportamento e carro tem lista generosa de equipamentos


CONTRAS

Na pista, casamento entre motor 1.6 TGDI e câmbio automatizado não ficou tão perfeito quando em velocidade muito elevada, mas deve-se levar em conta que não é a proposta do carro; preço da versão topo de linha é bem salgado

FICHA TÉCNICA

Hyundai Creta Ultimate
Motor: Gamma II 1.6 Turbo GDI Gasolina
Potência: 193 cv a 6.000 rpm
Torque: 27 mkgf a 1.700 rpm
Câmbio: DCT de 7 marchas
Aceleração 0-100 km/h: 7,8 segundos
Velocidade máxima: 210 km/h
Tanque de combustível: 50 litros
Comprimento: 4,33 m
Largura: 1,79 m
Altura: 1,64 m
Entre-eixos: 2,61 m
Porta-malas: 433 litros
Altura livre do solo: 19 centímetros
Ângulo de entrada: 19,9 graus
Ângulo de saída: 30,3 graus
Preço: R$ 189.990

Siga o Jornal do Carro no Instagram!