A oferta de motores 1.0 turbo flexíveis já começa a ameaçar os propulsores 1.6 16V naturalmente aspirados. Se, de início, o consumidor tinha receio sobre o desempenho dos blocos de um litro, agora, há uma compreensão de que os novos 1.0 turbo são tão potentes quanto os 1.6. Entretanto, mais espertos em baixo giro (enchem mais rápido), e, sobretudo, gastam menos combustível. É por isso que a Hyundai vai deixar de oferecer o motor 1.6 flex na linha HB20.
Na renovação feita em 2019, a marca já tinha priorizado a oferta do motor 1.0 turbo na gama de compactos. Agora, o 1.6, oferecido no hatch desde a estreia (em 2012), sairá de linha. Dessa forma, o HB20 terá apenas opções de motores flex 1.0 aspirado ou turbo. O 1.6, no entanto, fica apenas com o Creta, que permanece na antiga geração, por R$ 96.490.
A informação foi confirmada, em nota, pela Hyundai Motor Brasil. “A Hyundai Motor Brasil informa que o motor 1.6 está sendo descontinuado da linha HB20, sendo substituído pelo já existente 1.0 TGDI”. E não é só isso. “A marca também confirma a chegada da transmissão manual (de cinco marchas) para o motor 1.0 TGDI. Ambas as decisões são estratégias de mercado e serão anunciadas com mais detalhes em breve”, informa a marca. O HB20X, no entanto, equipado com motor 1.6, permanece em cena.
Números
Na reestilização do HB20, o motor 1.0 três cilindros ganhou injeção direta de combustível e, então, passou a gerar 120 cv a 6.000 rpm. O turbocompressor com intercooler ajuda na eficiência energética – uma meta da marca com a adoção do downsizing. Em questão de torque, são 17,5 mkgf a breves 1.500 rpm. Dados com gasolina ou etanol no tanque.
Já a potência máxima do 1.0 Kappa cai para 80 cv na versão naturalmente aspirada. Presente nas opções mais baratas do hatch e do sedã HB20S, a configuração é apenas um meio de tornar o carro mais acessível e, consequentemente, abocanhar mais vendas. O Gamma 1.6, por sua vez, entrega 130 cv de potência máxima. Ou seja, é o mais potente.
Qual a estratégia?
Questionada pelo Jornal do Carro sobre a nova fábrica de motores que a marca terá em Piracicaba (SP), a montadora, então, enviou o seguinte posicionamento: “A Hyundai Motor Brasil confirma as informações. A comunicação oficial sairá somente quando as definições internas, ainda em aprovação junto à matriz, forem concluídas”.
A unidade deve ficar pronta em 2022, consumindo investimento superior a R$ 350 milhões. Sua meta é fazer com que o Kappa 1.0 e o Gamma 1.6 deixem de ser importados da Coreia do Sul. Essa expansão de operação da Hyundai no Brasil ficará na própria área da planta de Piracicaba (SP), que produz a linha HB20 (hatch e sedã) e o SUV Creta.
Conforme noticiado pelo Jornal do Carro, no ano passado, a expectativa da prefeitura local em relação a empregos era criar 150 vagas até 2025. Porém, o quadro de colaboradores deve dobrar em 2026 – chegando, assim, a 300 postos de trabalho. Isso sem contar os empregos indiretos. Após a ampliação da fábrica, que foi negociada com a prefeitura de Piracicaba ainda em 2018, a ideia, de início, é ter o regime de CKD.
Mas a fabricação, com usinagem e montagem dos motores, começaria em um futuro próximo. As datas e os motores nacionalizados, a princípio, seguem em segredo. Todavia, leva-se a crer que seja o 1.0 TGDi (pela alta demanda) ou mesmo o 2.0 Smartstream, com a possibilidade de lançamento do SUV de sete lugares Alcazar no Brasil.