Diariamente são noticiados casos de assaltos a carros no trânsito. O bandido se aproxima, quebra o vidro e, então, furta objetos de dentro do veículo sem dar tempo para que a vítima tenha qualquer tipo de reação. Em meio a esse cenário de insegurança, o que fazer para se proteger? Afinal, nem todos podem blindar os vidros do automóvel, porque custa caro. Uma saída, nesse sentido, são as películas antivandalismo.
Por conter material mais rígido, feito de poliéster, o produto segura os estilhaços do vidro quando quebrado, o que dificulta a ação dos bandidos. Mas cabe um parênteses. As películas antivandalismo, por exemplo, não têm a mesma função da blindagem, ou seja, não são à prova de balas. Assim, o produto garante somente maior resistência ao vidro do veículo, porém não o torna impenetrável.
De acordo com empresários do setor, há diversos tipos, marcas e modelos de insulfilm antivandalismo. Mas o que muda, de fato, é a espessura da película. Quanto mais larga, maior o nível de proteção. O tipo PS2, por exemplo (sigla de “Película de Segurança”) têm espessura mais fina, com 0,02 milímetros. E o filme pode, ainda, ter tonalidade transparente ou escurecida. E isso naturalmente precisa cumprir a legislação.
De acordo com as oficinas consultadas, o material – que pode ter camada de proteção contra raios ultravioleta – tem custo variado de aplicação. Algumas empresas consideram o tipo de carro e a área envidraçada do modelo. Outras cobram mais caro para remover o antigo insulfilm.
Custo médio
Na Nani Sound, que fica na cidade de São Paulo, o procedimento custa aproximadamente R$ 790 para um carro de porte médio. De acordo com Ananias Oliveira Filho, sócio e fundador da empresa, que faz parte do Grupo Kalaes, especializado na expansão de marcas, “há uma média de 25 atendimentos por mês”. O executivo afirma que a garantia do produto é de 3 anos.
De acordo com Oliveira, a empresa trabalha com três tipos de película antivandalismo: PS4, PS8 e PS12. “A diferença entre elas é a espessura. Quanto maior, mais grossa”. Na Nani Sound, os mais procurados são os modelos PS8 e PS12. A média de duração do serviço é de três horas para a aplicação. Algumas empresas, porém, pedem que o proprietário deixe o veículo no local por até 24 horas, para a retirada dos vidros.
Com ou sem remoção de vidros
Este procedimento de remoção dos vidros, por exemplo, pode ser encontrado na Rock Film, que fica em São Bernardo do Campo (SP). Especializada na aplicação de películas antivandalismo, a loja deixa a gosto do cliente. “Aqui fazemos o serviço com ou sem a remoção de vidros. Se o cliente quiser que eu remova, mesmo após todas as explicações técnicas, a gente cobra um valor de mão de obra à parte. Em relação ao tempo, sem remoção, leva entre 2 e 3 horas. Com remoção, vai de 5 a 8 horas”, explica o proprietário Mario Henrique Malatesta.
Contudo, não é possível aplicar a película antivandalismo nos vidros traseiros e no para-brisas do carro. “O vidro traseiro tem formato curvo, o que impossibilita a colocação do molde”, explica Malatesta, que também destaca ser impossível a retirada do produto sem estragar o desembaçador, “já que a cola é muito forte”. Sobre o para-brisa, não haveria necessidade, porque o componente não estilhaça – em caso de quebra, o vidro trinca.
Em relação aos preços, a película antivandalismo PS4 custa de R$ 250 a R$ 350, em média, em uma linha mais básica. Na Rock Film, que trabalha apenas com produtos oficiais, os valores vão de R$ 700 a R$ 1.200. “O pessoal pede muito a PS7 e a PS8, que eu cobro R$ 1.500”, afirma Malatesta. Lá, qualquer carro tem o mesmo valor. A P12, por exemplo, custa R$ 3.500 e tem garantia de sete anos.
Por fim, vale falar sobre cuidados. Há recomendações de não baixar os vidros após a aplicação do produto por, no mínimo 24 horas. Algumas empresas pedem 48 horas. A cura do material dura cerca de 30 dias. Ou seja, nesse meio-tempo, a película antivandalismo fica vulnerável – a colagem ainda está em processo. Após o período, na hora da limpeza, a dica é usar produtos sem abrasivos.
Legislação
Vale ficar atento às novas regras para utilização de insulfilm. De acordo com a lei (Resolução 989/2022 do Contran), desde o dia 2 de janeiro, nos vidros indispensáveis a dirigibilidade (para-brisa e laterais dianteiros), a transmitância luminosa deve ser de, no mínimo, 70%. Nas demais áreas envidraçadas, o proprietário fica livre quanto aos limites. O desrespeito às regras gera multa de R$ 195,23, cinco pontos na Carteira de Habilitação (CNH) e o veículo pode ficar retido, no caso de recusa ou impossibilidade de remoção da película no local.