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Lifan fecha fábrica onde era feito o clone do Mini Cooper no Uruguai
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Lifan fecha fábrica onde era feito o clone do Mini Cooper no Uruguai

Chinesa Lifan ficou famosa no Brasil com o hatch 320, uma cópia declarada do inglês Mini Cooper; SUV X60 foi o chinês mais vendido em 2014

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

10 de nov, 2021 · 5 minutos de leitura.

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chinesas
Custo para a implantação de novas operações é elevado e exige plano concreto por parte das montadoras
Crédito:Lifan 320 (SERGIO CASTRO/ESTADÃO)

A Lifan nunca foi um sucesso por aqui, mas é difícil não se lembrar do hatch 320, que ficou conhecido como Mini Cover ou simplesmente como o clone do Mini Cooper. Afinal, a ideia era, claramente, copiar - de forma genérica, claro - o compacto inglês. O fato é que, bastante apagada por aqui, a última ação da marca chinesa foi o fechamento da fábrica de San José, no Uruguai, de onde vinham os modelos vendidos no Brasil.

Após adquirir a Effa Motors, a Lifan chegou ao Uruguai em 2013. Lá, os veículos eram feitos em regime de CKD - com kits prontos para montagem. Em seu auge, a fábrica uruguaia chegou a empregar 350 pessoas. Hoje, a marca declara que está em dívida com 66 trabalhadores, que não receberam os valores da rescisão.

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LIFAN/DIVULGAÇÃO

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X60 foi sucesso no Brasil

A fábrica uruguaia tinha como principal destino o mercado brasileiro. O X60, por exemplo - que adentrava o País via caminhão-cegonha - foi destaque em vendas por aqui. Em janeiro de 2015, ganhou o título de chinês mais vendido do Brasil. Entre janeiro e dezembro de 2014, com 4.586 unidades vendidas, o utilitário emplacou quase o dobro de seu principal concorrente na época, o Chery Tiggo de geração anterior.

Lifan
Lifan/Divulgação

O SUV da Lifan, então, chegou ao País em maio de 2013. Na mecânica, tinha motor 1.8 16V a gasolina. Com potência máxima de 128 cv, o torque chegava a 16,8 mkgf. O câmbio era manual de cinco marchas. À época, custava cerca de R$ 55 mil. E, pelo valor, vinha completíssimo. Lanternas e luzes diurnas de LEDs e a multimídia com tela de 7", DVD, GPS e câmera de ré eram destaques. Na lista, tinha itens como sensor de estacionamento, bancos revestidos com couro, ar-condicionado, entre outros.




Qual a situação atual?

Hoje, fica impossível precisar as vendas da Lifan. Por serem muito baixas, não há registros de emplacamentos na Fenabrave. No mais, por decisão estratégica, a marca se desfilou do quadro de associados da Abeifa, associação das importadoras.

Nesse sentido, cabe lembrar que, em fevereiro do ano passado, a Lifan emitiu nota à imprensa dizendo que tanto suas vendas quanto seu atendimento de pós-vendas não haviam sofrido quaisquer mudanças, e que sua rede de concessionárias e oficinas autorizadas seguiam em plena operação. Tanto que, hoje, o site da Lifan continua ativo.

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Lifan/Divulgação

Entretanto, a gama de veículos - que conta com os SUVs X80 e X60, além do sedã 530 Talent - é datada de 2018/2019. Com a pandemia e a alta do dólar, por fim, os planos de importar os modelos X70 e MyWay foram abortados. A Lifan esperava, até então, uma melhora dos indicadores econômicos para anunciar os lançamentos no Brasil. Ou seja, não deverão acontecer.

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