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Londres tem primeira frota de táxis 100% elétricos
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Londres tem primeira frota de táxis 100% elétricos

Empresa tem 150 "black cabs" chamados por aplicativo. Em 2019, centro de Londres terá restrições rígidas à emissão de poluentes

Redação

25 de nov, 2018 · 9 minutos de leitura.

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Táxi elétrico
Táxi preto elétrico da Sherbet Ride
Crédito:Crédito: Sherbet Ride
Black cab

Que a eletrificação é o futuro dos carros, hoje quase ninguém mais discute. Mas aos poucos a novidade vai invadindo até mesmo os segmentos mais improváveis. Primeiro foram os superesportivos, tradicionalmente movidos a motores a combustão de grande cilindrada. Agora é a vez dos táxis londrinos. A capital britânica acaba de ganhar sua primeira frota de “black cabs” totalmente elétricos.

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A novidade chegou por meio de um aplicativo chamado Sherbet Ride. Seria mais um app de táxi entre tantos no mundo, não fosse o fato de que sua frota de 150 veículos é exclusivamente elétrica.

O que pode parecer uma evolução é, na verdade, uma volta às origens. Isso porque em 1897 já havia 50 táxis elétricos em Londres (leia mais abaixo).

Londres terá restrições severas aos poluentes

O momento não poderia ser mais oportuno. Em abril do ano que vem, a Transport for London, órgão de transporte do governo local, vai implantar no centro da capital a Zona de Emissões Ultrabaixas (ULEZ, na sigla em inglês). É uma tentativa de reduzir o congestionamento e a poluição na capital. Com isso, os carros que queiram circular no miolo de Londres terão de se adequar a rígidas regras de emissões, além de pagar uma espécie de pedágio urbano.


Enquanto uns choram, outros vendem lenços: se a notícia é um desastre para os motoristas dos black cabs tradicionais, com seus motores a diesel, ela abre uma enorme oportunidade para os táxis elétricos.

No caso específico da Sherbet Ride, a modernidade não fica só por conta dos motores. A empresa investe também no treinamento dos motoristas, com direito a curso de primeiros socorros e até instruções para como se comportar diante de um ataque terrorista.

Táxis ‘verdes’ no Brasil

Em algumas cidades do Brasil, como São Paulo, já rodam modelos “verdes”. O mais visto nas ruas é o híbrido Toyota Prius. A Nissan também testou o elétrico Leaf de primeira geração no País. O hatch foi emprestado a algumas companhias de táxis.


Agora, a Nissan venderá o Leaf no Brasil. O modelo, mostrado no Salão do Automóvel, já está em fase de pré-venda e tem preço sugerido de R$ 178.400.

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História do táxis londrinos

Os primeiros “táxis” londrinos eram carruagens. Surgiram por volta de 1600. Mas foi em 1634 que o capitão John Baily contratou quatro cocheiros.

Além de a equipe ser uniformizada, o velho marujo determinou que as “corridas’ teriam preços fixos. pelas “corridas”. Os valores variavam conforme o local de embarque e desembarque.


Em 1760 já havia mais de mil táxis nas ruas de Londres. Eles ganharam o apelido de “carroças infernais”. O motivo era a forma agressiva com que os cocheiros conduziam as carruagens.

Em 1897, táxis já eram elétricos

Os primeiros táxis motorizados de Londres chegaram em 1897. Em vez de motores a combustão, os 50 veículos eram movidos a eletricidade.

Como eram desconfortáveis e caros, esses táxis elétricos deixaram de circular em 1900. Foram substituídos por veículos a gasolina importados da França.


Seis anos depois, passou a ser obrigatório o uso de taxímetro nos táxis de Londres.

O primeiro táxi da Austin foi lançado em 1929. Era baseado no modelo 12/4 e deu origem ao FX3, produzido até 1948.

Esse modelo introduziu o conceito conhecido até hoje. O teto é alto, as portas são largas e o motorista fica separado dos passageiros.


Outro destaque é o amplo espaço à frente dos passageiros. Cada ocupante consegue levar uma mala média dentro do carro sem aperto.

Origem da cor preta como padrão

O FX3 também padronizou o preto como cor dos táxis de Londres. Essa era a cor padrão. Se o comprador quisesse outro tom, tinha de pagar um valor extra.

Para reduzir os custos, as grandes empresas mantinham a cor básica em suas frotas. Assim, o preto virou uma espécie de marca registrada dos táxis londrinos.


Em 1954 os FX3 passaram a vir com motores a diesel. Além de mais robustos, eram mais econômicos que os anteriores, a gasolina.

Quatro anos depois o FX3 deu lugar ao FX4. Produzido por cerca de 40 anos, o modelo serviu de base para os atuais TX4.

Fábrica sempre foi em Coventry

A Carbody, empresa que produziu o FX3, o FX4 e os modelos seguintes, foi vendida em 2010. Incorporada à London Taxi Internacional (LTI), passou a se chamar London Taxi Company (LTC).


Ao longo de 60 anos, cerca de 130 mil táxis foram produzidos em Coventry. Na fábrica na cidade, que fica a cerca de 150 km de distância de Londres, são feitos de 2.000 a 2.500 táxis por ano.

Desse total, dois terços vão direto para Londres. O restante é destinado a outras cidades do país e até mesmo ao exterior.

Chinesa é dona do negócio

Há dois anos, a Geely investiu cerca de 300 milhões de libras em uma nova fábrica na cidade. A empresa chinesa, dona da LTC, é também proprietária da Volvo.


Por isso, no híbrido TX5, atual táxi londrino, o motor a gasolina é da Volvo. Ao utilizar apenas o elétrico, o modelo pode rodar cerca de 110 km, de acordo com dados da fábrica.

Atualmente, a empresa é conhecida pelo nome de London Taxi Corporation. No meio econômico, atende pela sigla LEVC. O significado é London Electric Vehicle Company.

Por ora, não há nenhum projeto concreto de apoio aos táxis elétricos no Brasil. A pergunta que fica é quanto tempo levaria para a experiência britânica ser aplicada às capitais brasileiras?


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