Após adiar por alguns meses a estreia em função da pandemia, a Maserati finalmente revelou o inédito MC20, seu novo supercarro. O modelo dá início a uma nova era para a marca italiana fundada em 1914 e que pertence à Fiat Chrysler Automobiles (FCA). Trata-se do primeiro Maserati com motor próprio desde que a empresa passou a ser controlada pela Ferrari, em 1998.
Batizado de Nettuno (em referência ao tridente, que é símbolo da marca), o V6 de 3 litros tem dois turbos e gera 630 cv de potência, além de parrudos 74,4 mkgf de torque a partir das 3.000 rotações. O desempenho impressiona, ficando praticamente emparelhado com os 632 cv do motor V12 de 6 litros que equipava o MC12. Lançado em 2004, o antecessor foi construído sobre o chassi do Ferrari Enzo.
Por sinal, o MC20 ‒ cujas iniciais significam “Maserati Corse 2020”, algo como “Maserati para corrida” ‒ é o primeiro carro de pista da marca desde o MC12, que encerrou um hiato de 39 anos da marca nas competições. O bólido fez história no Mundial de Gran Turismo (FIA GT) ao vencer 40 provas, e teve apenas 62 unidades construídas, sendo 12 para uso exclusivo nas competições.
Um pouco de história da Maserati
A conexão do MC20 com o passado não para por aí. O design afiado e aerodinâmico presta homenagem ao Eldorado. Este é o nome do monoposto pilotado pelo inglês Stirling Moss, em 1958, que disputou a “Corrida dos Dois Mundos”. Assim era conhecida a prova das 500 Milhas de Monza.
O Eldorado foi o primeiro carro de corrida patrocinado por uma empresa de fora do mundo do automobilismo. A consequência disso nós sabemos: os patrocínios mudaram completamente os rumos das competições, injetando dinheiro.
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Por falar em retorno financeiro, a Maserati espera produzir bom volume do MC20, para amortizar os custos com seu desenvolvimento. Ou seja, o modelo não será tão caro e restrito quanto foi o MC12. Outra certeza é de que o novo motor equipará todos os modelos da marca italiana. Afinal, a montadora deve retirar, de vez, os motores V6 e V8 fornecidos pela Ferrari de sua gama.
O esportivo estreia este ano na Europa e deverá vir ao Brasil no ano que vem. Uma versão híbrida é esperada, com o mesmo V6 biturbo associado a outro motor elétrico para superar os 700 cv.