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Nissan e Renault farão dois produtos em nova plataforma até 2023 no Brasil
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Nissan e Renault farão dois produtos em nova plataforma até 2023 no Brasil

CEO da Nissan, Marco Silva, confirmou que empresas já discutem quais serão os primeiros produto. Kicks deve ser um deles

Redação

19 de jun, 2020 · 6 minutos de leitura.

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PLANO PARA A RENAULT E A NISSAN NOS PRÓXIMOS ANOS
Crédito:REPRODUÇÃO

Pouco mais de três semanas após anunciar um novo plano de negócios para a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, o conglomerado franco-nipônico já tem novidades para o Brasil. O CEO da Nissan Brasil, Marco Silva, confirmou em entrevista ao Estadão que a empresa e a Renault vão produzir dois novos produtos com a plataforma modular CMF-B no Brasil até 2023. Serão sete produtos no total.

Uma das grandes apostas para ser estrear a plataforma no Brasil é a segunda geração do SUV compacto Nissan Kicks. O SUV fabricado em Resende (RJ) passa a ter versão híbrida e reestilização no ano que vem. O modelo atualmente é produzido sobre a plataforma “V”.

Da Renault, a aposta é um carro compacto, provavelmente o sucessor do Sandero. Já que ele teve mais sucesso por aqui do que o March, que seria o equivalente da Nissan, deve liderar esse segmento. Hoje ele é produzido sobre a plataforma B0, assim como os “irmãos” Logan, Stepway, Duster e Captur.

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Da Nissan, outra possibilidade é o X-Trail, o SUV médio da marca apresentado no início da semana. O modelo, contudo, é produzido sobre outra variação modular, a média, CMF-C/D. Atualmente, Renault e Nissan não têm penetração no segmento de médios no País. Registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o X-Trail deve chegar importado no ano que vem ao Brasil. Vem para brigar com Jeep Compass, VW Tiguan, Chevrolet Equinox, entre outros.



Reduzir custos e tempo de desenvolvimento

Além de reduzir custos de desenvolvimento e produção, o uso de uma plataforma modular reduz também o tempo entre o início de um projeto e a chegada dele às ruas. Carros que levavam cerca de três anos da prancheta à saída da fábrica, agora ficam prontos em dois. A VW prova isso com o uso da MQB e o lançamento de diversos modelos nos últimos anos no País (Virtus, Polo, Nivus, T-Cross e em breve o Tarek).

“A sinergia promoverá economia de custos, ganho de escala, produtividade, eficiência redução de tempo de desenvolvimento de produtos”, disse Marco Silva. Hoje, Nissan e Renault têm fábricas em Resende (RJ) e em São José dos Pinhais (PR), respectivamente, no Brasil. Ele afirmou ainda que com o uso de plataforma compartilhada, o investimento para a produção de novos modelos fica em torno de 40% menor do que a de produtos que não dividem a plataforma.


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O que é uma plataforma?

A plataforma, além da ideia de “assoalho” do carro, vai muito além disso hoje em dia. O conceito de uma plataforma modular diz que ela pode ter entre-eixos alterável, mas alguns pontos são fixos no conjunto para qualquer um dos carros produzidos sobre essa “estrutura”.

A parte que não se altera nunca dessa plataforma é o ponto de fixação dos pedais, painel corta-fogo e a fixação de motor e câmbio. No mais, tudo pode ser alterado. Desde o tamanho dos balanços dianteiros e traseiros, como a altura da suspensão. Isso permite produzir desde um hatch compacto até um SUV na mesma base.


Além da parte estrutural, o conceito de plataforma modular inclui o compartilhamento de motores, câmbio e eletrônica dos veículos. Outros exemplos de plataforma modular são a GM com a nova família Onix e Tracker, a FCA com os modelos Renegade e Compass; a Peugeot vai estrear em breve no Brasil a CMP. Sobre ela serão produzidos os novos 208 e 2008 que vêm aí.

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