O governo brasileiro deve anunciar hoje, dia 6, um novo acordo automotivo com a Argentina. O que está em vigor vence em junho do ano que vem, e a proposta é estabelecer um novo documento, para vigorar pelos próximos dez anos, a partir dessa data. De acordo com fontes a par das negociações, os novos termos preveem elevação imediata da cota exportada pelo Brasil sem tarifa. O objetivo central é alcançar o livre comércio a partir de 2029.
A Argentina é um polo mundial de produção de picapes médias. De lá, vêm Toyota Hilux, Ford Ranger, Volkswagen Amarok e Nissan Frontier. Entre os carros de passeio, o país vende para o Brasil modelos como o Chevrolet Cruze (sedã e hatch), por exemplo. Em contrapartida, o Brasil envia principalmente automóveis compactos e médios com motor a gasolina e cilindrada acima de 1.0.
Continua depois do anúncioINSCREVA-SE NO CANAL DO JORNAL DO CARRO NO YOUTUBE
+ Conheça tudo o que mudou no Corolla 2020
A divisão de categoria de veículos produzidos aqui ou no país vizinho, no entanto, não é tão rígida. Até a geração passada, a Chevrolet produzia o Cruze no Brasil. A montadora de São Caetano do Sul também “foge à regra” ao produzir no Brasil a S10 que é enviada para lá. A Honda anunciou que irá paralisar a produção do HR-V na Argentina, para se concentrar em motocicletas. Até então, a montagem na Argentina atendia o mercado local, e ainda sobrava um excedente para o Brasil.
Argentina é o principal parceiro do Brasil
De acordo com o executivo responsável pelas áreas comercial e de mobilidade da Toyota America Latina e Caribe, Miguel Fonseca, atualmente o mercado argentino está em baixa, mas não pode ser desprezado. A entrevista com o executivo ocorreu durante o lançamento do Corolla 2020, esta semana.
A montadora, a propósito, produz o sedã médio no Brasil, e o exporta para o país vizinho. A prova de que o mercado argentino mantém sua importância é que a empresa convidou membros da imprensa argentina para o lançamento do sedã, realizado no Guarujá (SP).
A Argentina representa 70% das exportações brasileiras de automóveis. De janeiro a agosto deste ano, as vendas para o país vizinho caíram 40%. Automóveis de passeio representaram 22% do total.