O Latin NCAP divulgou os resultados da recente bateria de teste de colisão (crash test). E o carro da rodada foi o novo Hyundai Tucson, que já está à venda no exterior faz algum tempo, mas ainda não veio ao Brasil. Em tese, é uma nova geração. Ou seja, esperava-se por um excelente resultado. Entretanto, o SUV médio da marca sul-coreana “zerou” a prova. Um dos motivos para a reprovação é o fato de a unidade ter apenas dois airbags frontais.
No Brasil, por exemplo, é o mínimo que exige a lei. No entanto, por padrão, os modelos mais novos estão sendo equipados com pelo menos seis airbags. Não à toa, o novo HB20, que foi reestilizado e chegou às lojas do País em agosto, incorporou as bolsas infláveis do tipo cortina, que ajudam a proteger também os passageiros que vão no banco traseiro.
Se serve de consolo, na versão com seis airbags, o novo Tucson melhora e recebe três estrelas. É assim que ele deverá voltar ao Brasil, em versões mais completas que incluem recursos semiautônomos, por exemplo. Até porque a nova geração do SUV encontrará vários novos adversários, entre eles os líderes Jeep Compass e Toyota Corolla Cross.
De toda forma, não deixa de ser um resultado decepcionante para um SUV tão popular por aqui e que se sempre se destacou nas vendas. Inclusive, vale dizer que a linha completa da Hyundai Caoa está bem desatualizada no mercado brasileiro. Contudo, é possível ver uma movimentação para renovar o portfólio aos poucos. O próprio Tucson, que chegou no Uruguai no último semestre de 2021, é uma esperança para o País, com lançamento em 2023.
Nota zero
Na versão de dois airbags, o SUV, fabricado na Coreia do Sul, ficou com zero estrela nos testes de impacto (veja o vídeo). Em números, atingiu 50,23% na proteção de adultos; 5,34% para ocupantes infantis; 48,40% na proteção de pedestres e usuários vulneráveis e 6,98% no sistema de assistência à segurança. De acordo com a entidade, as provas incluíram impacto frontal e lateral, chicotada cervical (Whiplash) e proteção de pedestres.
O mal desempenho acontece por diversas razões. A primeira delas, com certeza, é a falta de airbags laterais, que limitam o desempenho na proteção de ocupantes adultos. Além disso, o resultado baixo na proteção infantil se deve sobretudo à oferta de cinto de dois pontos no centro do banco traseiro, a não sinalização do ISOFIX e a falta do interruptor de desativação do airbag do passageiro – todos critérios bem técnicos.
O melhor resultado se deu na proteção de pedestres que, mesmo assim, foi mediano. Já no caso dos sistemas de assistência à segurança, o novo Tucson mostrou respostas ruins, pois o controle eletrônico de estabilidade (ESC) e o limitador de velocidade não são o padrão atual. Vale lembrar que, em 2021, o Latin NCAP testou a versão anterior do Tucson com dois airbags, na versão de segurança mais básica, e também ficou com zero estrela. Logo após, a Hyundai prometeu que o novo Tucson seria “melhor e mais seguro”.
Versão de 6 airbags melhora
O SUV também teve avaliada a opção com seis airbags (vídeo abaixo). Dessa forma, melhora o resultado com airbags laterais e de cortinas. Os cintos de segurança, ao contrário da outra versão, são de três pontos em todas as posições e há um lembrete de cinto de segurança para a posição do passageiro dianteiro. Além disso, a marca oferece uma sinalização para cadeirinhas infantis, controle de estabilidade e limitador de velocidade.
No geral, o SUV atingiu notas maiores. Dessa vez, ficou com 81,61% na proteção de adultos; 69,53% para ocupantes infantis; 48,40% na proteção de pedestres e usurários e 55,81% nos sistemas de assistência. Nesta versão, a avaliação se deu com testes de impacto lateral de poste, ESC, teste do alce e assistência à velocidade. Para o Latin NCAP, os resultados foram satisfatórios.
No mais, a organização também avaliou os equipamentos opcionais, como, por exemplo, a frenagem automática de emergência, o sistema de suporte em pista e a detecção de borda de estrada. Todos atingiram um bom desempenho. Mas, como vem em menor volume, não contribuem para a pontuação ou classificação em estrelas.