Em pré-venda no Brasil desde março, o Porsche Macan elétrico finalmente desembarca em solo nacional. A segunda geração do “baby SUV” da marca chega em quatro versões, com preços entre R$ 560 mil e R$ 770 mil. Sem esquecer que, falando de personalização, esses valores podem ser muito mais inflacionados. Todas têm capacidade de recarga rápida e mais de 400 km de autonomia, de acordo com o Inmetro.
Os mais básicos – se é que podemos chamar um Porsche de “básico” – são o Macan (sem sobrenome) e o Macan 4. O primeiro tem 340 cv de potência (360 cv com overboost) e 57,4 mkgf, enquanto o segundo entrega 387 cv (que pode chegar a 408 cv) e 66,3 mkgf. Ambas podem rodar até 443 km com uma carga. Já o 4S tem 448 cv (516 cv) e 83,7 mkgf, atingindo 438 km de autonomia. Por fim, o topo de linha Turbo oferece 585 cv (639 cv) e impressionantes 115,3 mkgf de torque. O alcance é de 435 km.
Medidas e design do Macan elétrico
A nova geração do SUV mantém suas características como silhueta com caimento do teto estilo cupê. Mas a dianteira é totalmente nova, com destaque para o para-choque com a frente mais fechada, algo comum em carros elétricos. Já os novos faróis têm formato mais retangular e são divididos em duas partes, com luzes diurnas (DRL) na parte de cima e os fachos principais embaixo. Atrás, as lanternas são interligadas e atravessam toda a tampa traseira.
Em termos de medidas, o Macan tem 4,78 m de comprimento, 1,94 m de largura, 1,62 m de altura e 2,89 m de entre-eixos (8,6 cm maior que a geração anterior). O porta-malas, por sua vez, leva 540 litros – medida que pode chegar a 1.348 l com os bancos traseiros rebatidos. Há ainda o compartimento dianteiro conhecido como “frunk” (onde ficaria o motor a combustão) com 84 l extras. Outro destaque do modelo é a aerodinâmica, com aletas ativas variáveis nas entradas de ar, design das rodas otimizado, assoalho fechado e spoiler traseiro adaptativo. Assim, o coeficiente de arrasto do veículo é de apenas 0,25, ótimo índice para um SUV.
Construção e recarga
O Macan é o primeiro SUV elétrico da Porsche. Sua arquitetura Premium Platform Electric (PPE) é compartilhada com a Audi, que recentemente trouxe o Q6 e-tron ao País com a mesma base. Todas as configurações têm dois motores, um em cada eixo – ou seja, a tração é sempre integral.
Além disso, a bateria tem capacidade de 100 kWh em toda a gama. Conforme informações da marca, é possível carregá-la de 10% a 80% em apenas 21 minutos nos aparelhos de alta potência com até 270 kW. Já em wallbox domésticos de 11 kW, são necessárias 10 horas para a recarga completa.
Rivais e mercado
Difícil achar um concorrente certeiro para o Macan elétrico – talvez o “primo” Audi Q6 e-tron seja o mais aproximado em termos de preço (das versões de entrada) e configurações. Mas também dá para considerar alguns modelos como Ford Mustang Mach-E, BMW iX3 e Mercedes-Benz EQE SUV – para brigar com o Turbo, porém, a versão AMG é a que mais se aproxima em termos de desempenho, mas custa R$ 901.900.
Quem torce o nariz para um Porsche elétrico pode ficar com o Macan a combustão, que ainda está disponível. São quatro versões com potência entre 265 cv e 440 cv, além de preços que vão de R$ 490 mil a R$ 735 mil. Mas é claro que como a segunda geração é somente composta pelo modelo movido por eletricidade, o visual do carro a gasolina permanece o antigo. Há rumores de que o Macan a combustão deve sair de linha em breve, mas a marca no Brasil afirma que ele vai continuar em linha.
Interior e equipamentos
Como não poderia deixar de ser, o Macan elétrico é cheio de tecnologias. No interior, destaque para o quadro de instrumentos digital com tela de 12,6 polegadas, central multimídia com 10,9″ e carregador de celular por indução com resfriamento. Há ainda diversos sistemas de assistência ao motorista, como assistente de manutenção de faixa, monitoramento de tráfego cruzado, controle de cruzeiro e sensores de estacionamento com câmera de ré.
Na lista de opcionais estão equipamentos inéditos para o modelo, como o head-up display com realidade aumentada e uma terceira tela multifuncional de 10,9” para o passageiro dianteiro, onde é possível controlar algumas funções do carro. Pela primeira vez também o SUV pode receber rodas de 22” – de série, são 20”.
Mas para a Porsche, quando se trata de customização, o céu é o limite. São 11 opções de revestimentos, 10 de rodas, quatro de apliques, sete pacotes internos e, em termos de pintura, há 14 cores padrão e 59 especiais. Ou seja, dá para montar seu carro em uma configuração única. Contudo, a conta sai alta: no carro do meu test-drive, por exemplo, apenas o pacote de revestimento de couro passava de R$ 28 mil. No total, o veículo tinha mais de R$ 87 mil só de opcionais. Falemos do teste agora.
Ao volante do Macan 4
Não é porque o carro é elétrico que a tradição muda. Mesmo que a ignição seja substituída por um botão de liga e desliga, ele fica do lado esquerdo do volante, assim como em todos os carros da montadora. A posição de dirigir também é agradável, não tão alta quanto a de outros SUVs, o que passa a sensação de mais esportividade. E apesar de não ser um foguete como o Turbo, o Macan 4 tem ótimas respostas quando exigido, uma vez que a função overboost dá um gás extra se necessário. Mesmo assim, o peso da bateria – afinal, estamos falando de um carro de quase três toneladas – demanda um pouco de paciência em acelerações bruscas ou ladeiras mais íngremes. Quando falamos de desempenho, a aceleração de 0 a 100 km/h ocorre em 5,2 segundos e a velocidade máxima chega a 220 km/h.
Outro item de destaque é o acerto da suspensão, especialmente por conta dos quilos a mais. O rodar é suave mesmo em pisos mais acidentados, transferindo impactos de forma quase imperceptível para os passageiros na cabine. A estabilidade também impressiona, já que SUVs tendem a rolar a carroceria em curvas, o que é minimamente sentido no Macan. Nesse caso a bateria tem suas vantagens, já que o centro de gravidade é mais baixo. No fim das contas, o modelo mantém a essência do nome Porsche, mesmo que alguns ainda olhem torto para carros elétricos.
Pontos positivos
O Macan é ágil e gostoso de dirigir, tem um ótimo acerto de suspensão e uma dinâmica impecável, com estabilidade nas curvas impressionante para um SUV
Pontos negativos
Pesado por conta da bateria, a versão menos potente pode apresentar um pequeno atraso quando é preciso acelerar com força; a falta do ronco do motor a combustão faz falta
FICHA TÉCNICA
Porsche Macan 4
- Motor: dois elétricos, um em cada eixo (tração integral)
- Potência: 387 cv (408 cv com overboost)
- Torque: 66,3 mkgf
- Capacidade da bateria: 100 kWh
- Dimensões: 4,78 m (comprimento), 1,94 m (largura), 1,62 m (altura) e 2,89 m (entre-eixos)
- Porta-malas: 540 litros
- Autonomia (Inmetro): 443 km
- Peso (ordem de marcha): 2.920 kg
- Preço sugerido: R$ 580 mil
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