Ao contrário do i7, o BMW i5 não tem tela de 31 polegadas, banco traseiro reclinável ou portas que se abrem por meio de botão, mas também esbanja luxo e, sobretudo, não fica devendo nada ao irmão maior no quesito potência. Conforme você acompanhou no Jornal do Carro, a versão M60 do sedã de luxo foi lançada no Brasil na última semana por R$ 759.950. A marca – que promete outros 13 lançamentos até o fim do ano, inclusive, a versão híbrida do Série 5 – não abre a estimativa de vendas do concorrente de Mercedes-Benz EQE e companhia.
Para apresentar o novato à imprensa, a BMW preparou um test-drive entre a capital paulista e Riviera de São Lourenço, na região de Bertioga, no litoral. Os primeiros trechos serviram apenas para contemplação e aprendizado das diversas funções que o carro proporciona. Afinal, o trânsito de São Paulo não permite perceber o comportamento do sistema de propulsão em sua totalidade. Já de cara, no entanto, dá para dizer que o novato esbanja luxo e silêncio e, como dá para notar pelas fotos, é um ímã de olhares. Mas antes de detalhar as primeiras impressões ao volante, hora de relembrar o i5 M60.
Como é o i5?
Derivado da oitava geração do Série 5, o BMW i5 M60, em comparação com o modelo antecessor, tem mais porte e aspecto mais agressivo. Contudo, não exagerou na dose, como fizeram os sedãs Série 3 (com grade gigante) e Série 7 (com faróis à lá Fiat Toro). Nele, a grade conhecida como duplo rim, apesar de fechada, não fugiu ao formato tradicional, o que agrada os mais puristas. Os faróis, a princípio, têm elementos de LEDs, dispostos quase verticalmente, e servem como indicadores de direção e luzes de direção diurna.
Nas laterais, saias pintadas de preto, maçanetas embutidas (para melhorar a aerodinâmica) e o número 5 em alto relevo na base da coluna C. As rodas têm 20 polegadas e acabamento diamantado.
Na traseira, que tem lanternas iluminadas por LEDs, ficou mais curto que a geração anterior. Mas, no comprimento, cresceu 97 milímetros. Total de 5,06 m. A largura (1,90 m) foi ampliada em 32 mm, já a altura, de 1,51 m, tem 36 mm extras. A distância entre-eixos – ampliada em 20 mm, fica em 2,99 m. Porta-malas: 490 litros (espaço comprometido pelo estepe, obrigatório no Brasil).
Vida a bordo
No começo deste texto, fizemos uma breve comparação com o irmão maior i7. Pois bem, agora, é hora de fundamentar. Enquanto i7 xDrive60 despeja 544 cv e 75,9 mkgf de torque, o i5 M60, que também conta com dois motores (um no eixo dianteiro e outro no eixo de trás), gera 601 cv e 83,5 mkgf de torque máximo na soma dos propulsores. É por essas e outras que enquanto o modelo topo da marca acelera de 0 a 100 km/h em 4,7 segundos, o novato leva 3,8 segundos. Em síntese, se o i7 já tinha comportamento insano, o i5 consegue ser ainda mais empolgante.
E é possível conseguir uma ajudinha puxando a borboleta com a inscrição “boost”, que fica do lado esquerdo e atrás do volante. Assim, o motorista conta com uma injeção de torque pelo período de 10 segundos. Isso, inclusive, é exibido na tela do quadro de instrumentos (mas, neste momento, nada de acesso às imagens da câmera frontal de realidade aumentada). Entretanto, cabe dizer que quando o mecanismo é acionado, a autonomia prometida cai por terra.
Velocidade máxima limitada
Vale detalhar que o elétrico conta com tecnologia BMW eDrive de quinta geração e tem, portanto, tração nas quatro rodas. De acordo com a BMW, a velocidade máxima chega a 230 km/h. E é limitada eletronicamente. Só não vai além para não afetar a autonomia das baterias, que chega a 391 km, de acordo com o ciclo Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), aferido pelo Inmetro. O modelo tem bateria de 81,2 kWh que podem ser carregadas em meia hora (10% a 80%).
No que diz respeito ao comportamento dinâmico, o modelo é impecável. O equilíbrio e a afinação do volante e até do sistema de freios empolga. A suspensão absorve totalmente as (várias) imperfeições do solo e parece que estamos rodando sobre um tapete. Quando precisamos desviar bruscamente dos buracos na via (situação corriqueira em se tratando de Brasil), o carro continua “na mão”, e tem comandos extremamente leves sem abrir mão da precisão.
Um ponto empolgante no i5 M60 é o sintetizador de som que simula o ronco de um motor conforme pressiona-se o pé no pedal da direita. Parece que estamos guiando um carro com motor seis cilindros, mas, na verdade, nada mais é que o BMW IconicSounds Electric, sistema que inclui trilhas compostas pelo renomado compositor Hans Zimmer. Por fim, o condutor pode, por meio de um botão físico no console central, escolher seu modo preferido de condução.
Por falar em tecnologia de ponta, o i5 tem, no pacote Driving Assistant Professional controle adaptativo de velocidade, Lane Keeping Assistant (assistente de faixa) e Parking Assistant Professional, onde o i5 estaciona 100% sozinho, sem necessidade de acelerar ou frear. Há ainda alertas visuais e sonoros, de condições de tráfego cruzado, riscos de colisão traseira, mudanças involuntárias de faixa de rolamento e controle e prevenção de aproximação frontal, entre outras funções.
Telona
Mesmo sendo um modelo totalmente novo, o i5 tem total familiaridade com outros modelos da marca. Isso porque também também conta com a enorme tela no topo do painel que une quadro de instrumentos (12,3″) e central multimídia, de 14,9″ com Apple Car Play e Android Auto sem fio.
Destaque para a quantidade reduzida de botões físicos. Não chega a ser um Volvo (que vem concentrando quase todos os comandos na tela central), mas diminuiu bastante na comparação com a geração anterior. Ademais, o modelo tem couro vegano e materiais como fibra de carbono e até detalhes em cristal. Partes emborrachadas e extremamente sensíveis ao toque fazem toda a diferença.
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