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Stellantis é o nome do Grupo FCA e PSA
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Stellantis é o nome do Grupo FCA e PSA

A fusão entre FCA e PSA ainda não está concretizada, mas hoje o grupo definiu o nome da empresa que deverá nascer a partir da união: Stellantis

Redação

15 de jul, 2020 · 9 minutos de leitura.

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FCA e PSA ainda não divulgaram o novo logo que irá representar o Grupo Stellantis, que nasce com a fusão de ambas
Crédito:Harold Cunningham e Daniel Roland/AFP

A corporação que nasce com a fusão entre a FCA e a PSA, que ainda não está concretizada, foi batizada de Stellantis.

O termo tem origem no verbo latino “stello”, que significa “iluminar com estrelas”. De acordo com comunicado divulgado hoje pela FCA, o nome se inspira “no novo e ambicioso alinhamento de marcas automotivas renomadas”. A empresa reafirma que, “ao se unirem, estão criando um dos novos líderes na próxima era da mobilidade”.

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O comunicado reforça que, ao mesmo tempo que unem forças, a fusão irá preservar os “valores de suas partes constituintes”. Isso significa que a identidade das marcas deverá ser preservada.

A nova nomenclatura deverá ser usada exclusivamente para se referir ao Grupo, como uma marca corporativa. É o mesmo que o nome General Motors representa para marcas como Chevrolet e Cadillac, por exemplo.

O próximo passo no processo será a revelação do logotipo, que juntamente com o nome se tornará a identidade da marca corporativa. Os nomes e os logotipos das marcas constituintes do Grupo Stellantis permanecerão inalterados.


A ideia central é unificar alguns processos para ganhar economia de escala, caso do departamento de compras, por exemplo.

A conclusão da fusão deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2021, e ainda está sujeita a várias condições, como aprovação pelos acionistas de ambas as empresas, além de análises antitruste e outros requisitos regulatórios.

Stellantis já tem problemas à frente

FCA e PSA podem ter problemas para conseguir concluir sua fusão. A comissão europeia que regula as leis antitruste mostrou preocupação sobre a participação de mercado alta demais em alguns segmentos. Juntas, as duas empresas poderiam dominar o mercado de furgões pequenos e devem precisar fazer concessões.


As empresas deverão apresentar um plano sobre como resolverão a questão. PSA e FCA poderão ter que fazer concessões da ordem de US$ 50 bilhões para prosseguir com a fusão. Caso não mostrem uma solução, uma longa investigação precisará ser feita.

Os grupos poderão ter que separar as linhas de utilitários, por exemplo. A União Europeia teme que a sobreposição de modelos possa gerar monopólio na produção dos modelos comerciais.



Quando finalmente unidas, as duas formarão a quarta maior montadora do mundo. Os grupos esperam dividir os custos de produção de carros elétricos e autônomos, por exemplo.


As empresas anunciaram a fusão em outubro de 2019 e vêm tentando conseguir as autorizações de todos os governos para concluir o negócio. A PSA, inclusive, vem evitando aceitar a ajuda do governo da França para superar a crise do coronavírus. O governo é acionista da PSA, e uma injeção de capital poderia complicar ainda mais o processo de fusão.

Novo grupo irá controlar 15 marcas

O grupo Stellantis vai controlar nada menos que 15 marcas. Estarão sob o comando Abarth, Alfa Romeo, Chrysler, Dodge, Fiat, Fiat Professional, Jeep, Lancia, Ram, Maserati, Peugeot, Citroën, DS, Opel e Vauxhall. Ficaram de fora do acordo as sistemistas Magneti Marelli e a Faurecia. A primeira está em processo de venda pela FCA e a segunda terá ações distribuídas aos acionistas do grupo francês.

O novo grupo automotivo cria uma empresa com 400 mil funcionários ao redor do mundo e 8,7 milhões de veículos vendidos por ano. Com estes números se tornam o quarto maior grupo automotivo do mundo. Ficam atrás da Volkswagen, Renault-Nissan-Mitsubishi e Toyota, respectivamente.


Plataformas para novos produtos

Entre as vantagens da fusão estão o acesso da FCA a plataformas mais modernas, especialmente para a produção dos veículos compactos. A PSA tem a base CMP (Common Modular Plataform) que deu origem a modelos como o novo 208, que estreia aqui este ano, e poderá servir de base para uma nova geração do Fiat Argo, por exemplo.

Uma versão maior da mesma plataforma é a EMP2, para veículos médios e grandes. É a base sobre a qual são produzidos os modelos 3008 e 5008, entre outros. Essas plataformas, mais modernas, substituirão as atualmente utilizadas pelo grupo FCA nos seus SUVs.

Na esteira das plataformas devem vir motores mais modernos e eficientes, como o 1.2 turbo. Isso vai permitir que a FCA consiga atingir mais facilmente as metas de emissões de poluentes que a empresa têm dificuldade em cumprir, especialmente nos Estados Unidos. Há também o 1.6 turbo que a PSA ainda utiliza e foi um projeto criado dos tempos da parceria com a BMW/Mini. Com tecnologia flexível, esse motor rende até 173 cv.


Eletrificação para o grupo FCA

Outra vantagem do uso das plataformas grupo PSA é que elas foram pensadas desde o início para a eletrificação (100% elétrico ou híbridos) de versões.

E esse é hoje o calcanhar de aquiles do Grupo FCA, já que suas plataformas são antigas e precisam de várias adaptações para conseguir receber tecnologia híbrida. E a marca não tem desenvolvimento sólido de carros elétricos.

Por outro lado, a criação de picapes e veículos fora de estrada maiores, como o Wrangler ou o Grand Cherokee, será mantida no domínio da FCA. Já que a empresa, particularmente sob a marca Jeep, tem largo conhecimento desse segmento, que não é dominado pela PSA.


Para os carros da PSA, a FCA, especialmente a divisão brasileira, poderá oferecer o conhecimento de engenharia para calibragem de suspensão mais ao estilo das estradas e ruas brasileiras, além de atender mais ao gosto do consumidor nacional.

Fusão de fábricas e sinergias

Atualmente, o Grupo FCA/PSA tem quatro fábricas no Brasil: Betim, Goiana e Campo Largo (FCA), e Porto Real (PSA). Além disso, na Argentina, a FCA tem uma planta em Córdoba e a PSA, em El Palomar.

Como parte do reajuste para melhorar a operação, deve ocorrer redução. Tanto de fábricas, quanto do número de funcionários. Isso ainda precisará ser negociado com sindicatos e trabalhadores, além de envolver governos. A promessa, no entanto, é de reduzir custos em 3,7 bilhões de euros (cerca de R$ 22 bilhões) sem fechar fábricas.


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Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.