Para tornar os carros elétricos mais atrativos financeiramente, o grupo Stellantis vai adotar uma nova estratégia. Na apresentação dos resultados financeiros de 2022, o CEO Carlos Tavares defendeu a produção de bateria de lítio-ferro-fosfato (LFP) para alguns modelos e versões.
No mercado chinês, os carros elétricos mais baratos já utilizam a bateria LFP, que é mais barata de produzir, tem boa autonomia de uso urbano e recarrega rápido. De acordo com Tavares, esse tipo de bateria tem densidade menor que a de modelos convencionais de íons de lítio.
Durante a conferência, Tavares disse que é preciso contar com baterias de LFP no futuro próximo. “(O uso delas) É competitivo em termos de custos para fabricar carros elétricos acessíveis à classe média”, declarou o CEO da Stellantis. Entretanto, Tavares não deu prazo para o início da implantação dessas baterias nas marcas do grupo, como Citroën, Fiat, Jeep e Peugeot. “A única questão é onde (esse tipo de bateria) seriam adquiridas, se na Europa ou em outro lugar”, completou.
Monopólio chinês
A China domina a produção de bateria LFP. Só neste ano, o país asiático deve entregar 99,5% da produção global do componente, conforme análise da Benchmark Minerals, que é especialista neste mercado. A princípio, a China será responsável por 97% da capacidade produtiva de bateria LFP até 2030.
De olho nisso, dificilmente o mercado europeu se livrará do monopólio chinês. Isso é, em parte, culpa da dificuldade de extração de materiais como níquel, cobalto e manganês. Dessa forma, a saída é buscar uma fornecedor, como faz a Tesla, que usa bateria LFP da chinesa CATL.
Aliás, a CATL vem investindo em fábricas na Europa para suprir as montadoras como BMW, Mercedes-Benz e Volkswagen. No caso da Stellantis, o plano é adotar a bateria LFP nos modelos de entrada como Fiat 500e e Peugeot e-208, por exemplo. E, assim, torná-los mais acessíveis e populares. E isso naturalmente vai beneficiar o Brasil.