A nova Fiat Strada teve 6.564 unidades vendidas em julho. Isso fez dela o quarto automóvel mais vendido do Brasil logo no segundo mês de mercado. Mas a montadora sediada em Betim (MG) prevê voos ainda mais altos para o modelo, que foi completamente renovado. De acordo com o diretor de Operações Comerciais da Fiat, Herlander Zola, a picape teve demanda de 17 mil unidades em julho. A fábrica, no entanto, não pôde atender aos pedidos por causa de limitação da produção.
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Inscreva-seSegundo o executivo, a demanda antes da pandemia, estimada em cerca de 250 unidades por dia, saltou para 780 veículos. O prazo de entrega do modelo é de cerca de dois meses. Diante disso, a empresa enxerga no novo modelo potencial para liderar o ranking de vendas durante “um mês ou outro”, no decorrer do ano. Isso significa que se consolidar entre os “top 5” não é o bastante para a picape, na visão da montadora.
Zola informa que a fábrica está se adaptando para elevar a produção. Ele diz que em julho a capacidade estava limitada a 6 mil unidades. Mas segundo o executivo a linha já está se preparando para produzir 50% a mais este mês (9 mil unidades). Em setembro, deverá haver outra elevação.
A confiança de Zola na nova Strada baseia-se não apenas na resposta do público, mas também nas novidades que a montadora prepara para o próximo ano. A principal será a chegada do câmbio automático CVT. Atualmente, a Strada está disponível apenas com transmissão manual de cinco marchas, mesmo na versão mais cara, a Volcano de cabine dupla, que custa R$ 79.990.
Strada deverá se espelhar na Toro
Além do câmbio automático, Zola informa que a Fiat trabalha ainda em outras versões da picape, para ampliar o leque de ofertas. Segundo o executivo, a Strada deverá se espelhar na Toro. Espera-se uma versão com cobertura rígida para a caçamba, semelhante à da Toro Ultra. A própria Volcano, aliás, é uma nomenclatura utilizada inicialmente na irmã maior. Na mesma linha de raciocínio, é possível que a empresa lance uma linha aventureira batizada de Ranch, em vez da consagrada Adventure. Outra novidade prevista é o carregador de celular sem fio. Alguma dessas novidades pode vir ainda este ano.
De acordo com a Fiat, a versão antiga da Strada (Hard Working) responde por apenas 6% no mix de vendas. O modelo de cabine simples custa R$ 61.590, e é voltado a frotistas. Segundo Zola, essa versão tem potencial para chegar a 10% de participação. De qualquer forma, a nova carroceria fica com pelo menos 90% do total de produção da picape.
O diretor da Fiat informa que a carroceria de cabine simples representa 50% das vendas. Dessas, a metade pertence à versão topo de linha, Volcano. Além da clientela que já tinha Strada, Zola informa que o novo modelo de cabine dupla tem atraído também compradores de sedãs compactos.
Supremacia de picapes
Se a Fiat vai muito bem com suas duas picapes, o mesmo não se pode dizer das vendas de carros de passeio. Entre a Strada e a Toro, a montadora vendeu 10.822 unidades. Para superar esse volume, é necessário somar as vendas de quatro modelos de passeio da marca. Argo (4.756 unidades), Mobi (3.487), Uno (1.547) e Cronos (1.337). Juntos, o quarteto chega a 11.127 unidades, pouco mais que a dupla de picapes.
Com isso, embora a empresa seja a líder absoluta no segmento de comerciais leves, com 44,79%, ela é apenas a quarta colocada na categoria de carros de passeio (9,04%). Ela está atrás de Volkswagen, Chevrolet e Hyundai, nesta ordem. Os números são de julho.
Segundo Zola, isso irá começar a mudar a partir da renovação de produtos. Sem dar maiores detalhes, é certo que a Fiat prepara a chegada dos novos motores turbo da família Firefly (1.0 e 1.3) para Argo e Cronos, além do câmbio CVT.