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Equinox 1.5 turbo aposta em menos fôlego para ir melhor nas vendas
Avaliação

Equinox 1.5 turbo aposta em menos fôlego para ir melhor nas vendas

Com motor 1.5 turbo a gasolina que rende 172 cv, Chevrolet Equinox fica mais competitivo e parte de R$ 135.190

Diego Ortiz

13 de mai, 2020 · 10 minutos de leitura.

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equinox
EQUINOX PREMIER
Crédito:CHEVROLET

Perder potência nunca é uma coisa boa. Mas, no caso do Chevrolet Equinox, a adoção do motor 1.5 de 172 cv como opção ao 2.0 (de 262 cv), que até então era o único disponível no Brasil, tem suas vantagens. A principal é o preço R$ 8 mil mais baixo que o do SUV de topo. Isso o deixa ainda mais competitivo em relação aos rivais.

Tabelado a R$ 135.190, ante os R$ 143.190 da versão 2.0, o modelo feito no México ganhou predicados para encarar o pernambucano Jeep Compass, líder de vendas do segmento e cuja versão de entrada, Sport, com motor 2.0 de 166 cv, parte de R$ 121.990.

O motor 1.5 turbo do Equinox entrega a potência máxima a 5.600 rpm e os 27,8 mkgf de torque a partir dos 2.500 giros. O câmbio é automático de seis marchas (na versão 2.0 são nove). No papel, os números são ótimos, mas o SUV é pesadão (1.673 kg) e, na prática, isso limita seu desempenho. O Chevrolet anda muito bem quando está embalado, com o motor lá pelas 3 mil rpm. Por isso, é bom para a estrada, mas não é um carro que acelera com vigor no meio urbano.

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Ultrapassagens, por exemplo, podem ser feitas sem receio. Se o 1.5 não é pujante, está longe de ser manco. Mas fica o conselho: se você está de olho no SUV de entrada, não faça um test-drive com a versão 2.0. Caso contrário, você correrá um grande risco de se deixar levar pela emoção e gastar mais do que pretendia. Além de ter 90 cv e 10 mkgf a mais, a versão com motor 2.0 é apenas 20 kg mais pesada.

A suspensão tem ajuste voltado ao conforto. Rodar com o SUV na cidade é gostoso graças ao sistema independente com multibraço no eixo traseiro. O carro encara buracos e imperfeições no pavimento, além de lombadas, com tranquilidade, sem batidas secas no retorno dos amortecedores. O único senão é o grande diâmetro de giro, que obriga o motorista a fazer várias manobras para entrar e sair de vagas apertadas.



Brilho interno

Se a carroceria do Equinox, com seus 4,65 metros de comprimento, já chama a atenção, a cabine é ainda melhor. Com 2,72 metros de distância entre os eixos, há espaço de sobra tanto na frente quanto atrás. Três pessoas viajam no banco traseiro com conforto. Para comparação, o Compass é 24 cm mais curto (4,41 m) e tem 9 cm a menos de distância entre os eixos (2,63 m).


O piso totalmente plano do SUV da Chevrolet facilita a movimentação das pernas. E se apenas duas pessoas estiverem atrás, o assento do meio ainda vira uma mesinha. O porta-malas com 468 litros também é bom. Há ainda um nicho sobre o estepe que pode ser usado para acomodar objetos pequenos e que precisem de maior proteção.

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Completo

O Equinox vem bem equipado de série. Todas as versões têm itens como acendimento automático dos faróis e air bags laterais e do tipo cortina. Assistente de partida em rampa, aviso de esquecimento de objetos e crianças no banco traseiro; além de ar-condicionado automático de duas zonas, também estão no pacote. Há ainda partida do motor por meio de botão, chave presencial, banco do motorista com ajustes elétricos e faróis de xenônio. O sistema de conectividade MyLink tem tela de 8 polegadas e navegador GPS.


A versão Premier, como a avaliada e tabelada a R$ 161.189, é a única com motor 1.5 equipada com tração 4×4. Além dos itens acima, acrescenta abertura automática do porta-malas, alertas de risco de colisão frontal e detecção de pedestres (com frenagem automática), de ponto cego, movimentação na traseira e saída involuntária de faixa.

Teto solar, rodas de liga leve de 19 polegadas (as das versões mais simples têm 18”), memória para o ajuste do banco do motorista, faróis com fachos direcionais, carregador de celular sem necessidade de uso de fio e sistema de som da marca Bose também vêm de fábrica.


CHEVROLET

Como deixar o motor do Camaro para lá?

Quando o Chevrolet Equinox chegou ao Brasil, em outubro de 2017, algo que chamou a atenção foi seu motor. Reinavam no País os SUVs compactos, focados no conforto e com motores “fracos”. Das marcas generalistas não havia nenhum modelo que oferecesse desempenho vibrante e fizesse virar os olhos e suar as mãos dos fãs de carros.

Mas o anúncio do novo GM usava como chamariz o fato de o SUV ostentar o mesmo motor utilizado na versão de entrada do Camaro vendido nos Estados Unidos. A marca apostou tanto no poder desse argumento que baseou a campanha publicitária nisso, com direito ao piloto Felipe Massa como garoto propaganda do SUV.

Na versão com o 2.0 de 262 cv (potência similar à do V6 do Omega “australiano”), o Equinox tem câmbio automático de nove marchas. Esse conjunto enche os olhos tanto na teoria quanto na hora de acelerar. Mas, por mais que fosse muito bom, com esse trem de força o preço do SUV era alto em relação aos principais rivais.


Sobretudo ao levar em consideração que o Equinox veio substituir o Captiva, que não ia bem das pernas há muito tempo. Esse foi um dos motivos que levou a GM a trazer a opção com motor 1.5 turbo. Afinal de contas, o objetivo das fabricantes é vender, não ostentar.

CHEVROLET

Equilíbrio é o tema da versão 1.5

Puristas, fãs e analistas torceram o nariz para a novidade. Parecia ser um demérito para o carro, que tinha como grande trunfo a potência do motor 2.0. Não é fácil deixar quase 100 cv de lado. Tanto que a GM focou a campanha de lançamento da opção mais “fraca” na racionalidade. Foi quase como um pedido de desculpas.


Ao avaliar a nova versão, fica claro que o motor 1.5 turbo casa até melhor com ele que o 2.0. Há mais equilíbrio. Os 262 cv do motor do Camaro eram ótimos de bradar em linha reta. A aceleração destoa da de outros SUVs oferecidos no Brasil e, com algumas ressalvas, pode ser comparada ate à de alguns modelos alemães.

Mas é muito motor para pouco carro. O ajuste da suspensão, voltada ao conforto, deixa a tarefa de encarar curvas algo emocionante demais para quem só quer levar os filhos à escola.


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