Você está lendo...
Teste: Renault Logan Zen 1.0 é ultrapassado e vai sair de linha, mas tem seus trunfos
Avaliação

Teste: Renault Logan Zen 1.0 é ultrapassado e vai sair de linha, mas tem seus trunfos

Sedã Logan deverá trocar de geração e até de nome em 2022, já que a Renault não vai mais vender carros da Dacia no Brasil

Vagner Aquino, Especial para o Jornal do Carro

06 de jun, 2021 · 7 minutos de leitura.

Publicidade

Renault Logan Zen
Renault Logan Zen com motor 1.0 flexível e câmbio manual custa a partir de R$ 71 mil
Crédito:Renault/Divulgação

Por mais que a nova estratégia da Renault passe a focar em carros mais caros na América Latina daqui para frente, é difícil que a marca francesa abandone os segmentos de entrada no Brasil. Sucesso, principalmente, entre motoristas de aplicativos, taxistas e, por que não, consumidores comuns que prezam por um bom porta-malas, o Logan, mesmo ultrapassado frente à concorrência, não chega a fazer feio. Mas, ainda oferecendo o básico, não sai por menos de R$ 71.490 na opção Zen.

Nela, o motor tem 1.0 litro e três cilindros. O SCe de 12V tem 82 cv de potência máxima e 10,5 mkgf de torque — dados com etanol no tanque. A força, no entanto, aparece a tardios 3.500 rpm o que, notavelmente, compromete o desempenho. Na prática, a 120 km/h o ponteiro do conta-giros estaciona nos 4.000 giros. É barulhento.

Logan
Vagner Aquino/Jornal do Carro

Publicidade


Aliás, mecânica não é o forte do Logan. Ao contrário de alguns adversários, o sedã da Renault não quis saber de turbo e abandonou a transmissão CVT pelo caminho. O câmbio automático (que era ruim, diga-se) foi tarde. Restou, contudo, o manual de cinco marchas. A alavanca é longa em demasia e a precisão passou longe, mas não é de todo ruim. Ao menos, a embreagem é leve e não cansa quem passa muito tempo ao volante.

Suspensões

Mas se tem um ponto que o Logan merece elogios é no conjunto de suspensões. Na dianteira, é usado o tipo McPherson e, atrás, o conjunto semi-independente. Ponto para o bom desempenho. Destaque, sobretudo, para o trabalho de filtragem das imperfeições do asfalto, sem dar pancadas secas. Palmas para a (quase) ausência de ruídos.



Economia é vantagem no Renault Logan

Durante nossa avaliação, o Logan registrou média de 10 km/l em percurso urbano e rodoviário — a ausência de trânsito em tempos de pandemia, certamente, contribuiu para tal resultado. Com o tempo, de fato, a Renault aprendeu a fazer carros menos beberrões, como outrora.


Renault
Vagner Aquino/Jornal do Carro

Por outro lado, chegar a 2021 ainda com direção eletro-hidráulica é um pecado. Dura demais, pesada demais e ultrapassada demais para um carro urbano nos dias de hoje. Haja braço.

Visual

Por falar em desatualização, enquanto acompanhou a chegada de modelos inéditos e a reformulação total de alguns concorrentes — como Chevrolet Onix e Hyundai HB20S, por exemplo — o Renault Logan parou no tempo e segue com a geração de 2013. Ganhou pequenos retoques, mas nada que o deixasse atrativo a ponto de chamar a clientela.


Mas gosto não se discute e, nele, a ideia é conquistar pela funcionalidade, não pela beleza. De qualquer forma, acredita-se que o novo Logan, inspirado no Tailant, aterrisse em breve no País.

Renault
Vagner Aquino/Jornal do Carro

E, funcionalidade, ele tem. Principalmente quando se fala em medidas. O três-volumes, de 1.042 kg, tem boa altura em relação ao solo, 510 litros de porta-malas e o generoso entre-eixos de 2,64 metros, que rende, também, bom espaço para quem viaja no banco de trás. Isso explica o motivo de ser o queridinho do segmento comercial.


Pulando para a parte da frente, falta comando elétrico para retrovisores, o acabamento é simples, o volante não é multifuncional (a Renault insiste no comando satélite) e há plástico para todo lado.

Renault
Vagner Aquino/Jornal do Carro

Equipamentos de série

Na lista de série, o Logan Zen tem multimídia com tela de 7 polegadas compatível com Android Auto e Apple CarPlay, indicador de trocas de marcha, luzes diurnas de LEDs, ar-condicionado e banco do motorista com regulagem de altura. Porém, o volante não tem ajuste de profundidade. Além disso, num carro com 4,35 metros de comprimento, sensor de obstáculos não poderia falta. Vidros e travas têm comando elétrico.


Para a segurança, apesar de não incluir controle de estabilidade (ESC) nem assistente de partida em rampas, a lista é boa. Tem quatro airbags (frontais e laterais), alarme, travamento automático das portas a partir de 6 km/h, sistema Isofix para fixação de cadeirinhas e os obrigatórios freios ABS. É com base nisso que fica explícita a preferência dos motoristas e frotistas, pois, mesmo desatualizado, o Logan ainda atende quem precisa de um carro pouco visado, econômico, seguro e, principalmente, espaçoso.

O Jornal do Carro está no Youtube

Inscreva-se

Prós

  • Espaço interno
  • Capacidade do porta-malas
  • Segurança, com 4 airbags e Isofix
  • Suspensão confortável

Contras

  • Motor fraco
  • Relações de câmbio longas
  • Direção dura
  • Ausência de itens básicos, como retrovisores elétricos

Ficha Técnica

Renault Logan Zen 1.0 Manual

Motor

1.0, três cilindros, 12 válvulas, flexível

Potência

79 cv (gasolina) e 82 cv (etanol) a 6.300 rpm

Torque

10,2 mkgf (gasolina) e 10,5 mkgf (etanol) a 3.500 rpm

Cilindrada

999 cm³

Câmbio

Manual, 5 marchas

Direção

Eletro-hidráulica

Dimensões

4,35 m (comp.), 1,73 m (larg.), 1,57 m (alt.) e 2,64 m (entre-eixos)

Porta-malas

510 litros

Pneus

185/65 R15

Preço sugerido

A partir de R$ 71.490

Deixe sua opinião