Há pouco tempo – estamos falando de 10 anos, aproximadamente – quem tinha R$ 30 mil na conta conseguia sair de carro zero de concessionárias de marcas como Volkswagen, Fiat, JAC e outras que apostavam em hatches populares. Agora, no entanto, os tempos são outros e, com esse valor, no máximo, compra-se modelos usados já com boa quilometragem rodada, mas que servem como opção para quem quer parar de andar à pé e, ao mesmo tempo, driblar o alto preço dos 0-km.
De olho nisso, o Jornal do Carro separou cinco opções de carros usados com preços entre R$ 25 mil e R$ 30 mil. Na lista, tem hatches, sedã e até minivan, para quem quer mais espaço para ocupantes e bagagens. A pesquisa levou em conta as ofertas de diversos sites de compra e venda online de usados e seminovos. Veja a lista abaixo.
Volkswagen Gol (2013/2014) – R$ 30 mil
Um dos principais méritos do usado mais vendido do Brasil é a mecânica. O aposentado Volkswagen Gol pode ser encontrado em diversas gerações na faixa de preço entre R$ 25 mil e R$ 30 mil, passando por modelos “quadrado”, “bolinha”, G3, G4, G5 e até G6, entretanto, os modelos mais novos, de 2014, valem a pena pelo fator menos tempo de uso. Com motor 1.0 8V Flex de 76 cv de potência máxima (etanol), o modelo (versão City) tem câmbio manual de cinco marchas e itens de comodidade, como ar-condicionado, comandos elétricos para vidros e travas, bem como banco do motorista com regulagem de altura. Um modelo 2014 sai por R$ 30 mil. Vale atenção aos exemplares um pouco mais antigos que, à época, ofereciam airbag duplo e freios ABS como itens opcionais.
Fiat Uno (2012/2013) – R$ 29 mil
Por também ter saído de linha no mercado nacional, o Fiat Uno pode ser encontrado facilmente no mercado de usados. As unidades na versão Vivace, de 2013, são as mais comuns na faixa de preço estipulada pela reportagem – dá para encontrar modelos 2015, entretanto, com 2 postas. Por média de R$ 29 mil, o modelo quatro portas vem com motor 1.0 8V flex de até 75 cv e câmbio manual de cinco marchas. A lista tem ar-condicionado, desembaçador traseiro, vidros e travas elétricos e direção hidráulica.
Ford Fiesta (2013/2013) – R$ 28 mil
O Ford Fiesta também já se despediu do mercado brasileiro. Com o fechamento das fábricas da marca no Brasil, em 2021, os modelos da fabricante despencaram de preço. Por isso, hoje, dá até para achar o New Fiesta por menos de R$ 30 mil. Mas a unanimidade nessa faixa de preço é o Fiesta de carroceria antiga e motor 1.0 Rocam – 73 cv atrelado ao câmbio manual de cinco marchas. O hatch (2013) não traz muito mais que o básico (ar-condicionado, desembaçador traseiro, vidros e travas elétricos e direção hidráulica) e tem várias unidades em excelente estado de conservação.
Nissan Livina (2014/2014) – R$ 28 mil
Para quem busca um carro da década passada, mas quer fugir dos hatches com motor 1.0, uma boa pedida é a Nissan Livina. Com espaço de sobra para cinco ocupantes e 449 litros de bagagem no porta-malas, o modelo tem motor 1.8 de 126 cv na versão pseudoaventureira X-Gear. A mais que as versões convencionais, tem apliques plásticos e carinha mais parruda – mas, tudo estética. Pelo montante, o modelo – câmbio automático de quatro marchas – oferece retrovisores elétricos, sensores de chuva e de estacionamento e até forração de couro para os bancos. Média: R$ 28 mil. Ano: 2014.
Honda Civic (2006/2006) – R$ 27.500
Para fechar nosso top five, tem até sedã médio para quem prefere optar por um modelo diferenciado – mesmo que mais antigo. Fabricadas entre 2005 e 2006, as opções de Honda Civic no mercado de usados custam média de R$ 28 mil. Desse modo, oferecem bancos de couro, CD Player, banco com regulagem de altura, rodas de liga-leve e volante com regulagem de altura. Debaixo do capô dianteiro, conta com motor 1.7 a gasolina de 130 cv atrelado ao câmbio automático de quatro marchas.
Cheque tudo antes de assinar o contrato
Feita a escolha, não basta sair por aí, comprando o primeiro carro bonitinho que se vê pela frente. Há toda uma preparação por trás da boa negociação. O primeiro passo é, portanto, entender qual o tipo de carro desejado. Deve, a princípio, atender às suas necessidades. Por exemplo, porta-malas grande, economia de combustível, determinados equipamentos e por aí vai. Às vezes, será preciso escolher um modelo mais antigo ou com quilometragem mais alta.
Por falar em quilometragem, a compra não deve se basear por esse dado. Afinal, especialistas já explicaram ao Jornal do Carro que quilometragem baixa não é sinônimo de bom uso. Na prática, deve-se ter em mente que, por exemplo, um carro que rodou 10 mil km em estradas está mais conservado que um outro que percorreu 1.000 km disputando racha. Portanto, o que de fato importa é o histórico do carro. Exija-o. E verifique o manual de manutenção do veículo.
Além de checar se o carro está com estofado, volante e pedais em boas condições, alinhamento perfeito e lataria sem manchas e amassados, é importante pesquisar sobre reposição de peças, bem como custos de manutenção e seguro do veículo selecionado. Odores, mofo ou cheiro de cigarro também desvalorizam o carro.
Depois de verificar se o candidato a adentrar sua garagem nunca passou por enchente ou sinistro, realizar avaliação técnica (por um mecânico de confiança) e perícia (inclusive de documentação), é crucial fazer um test-drive antes de fechar o negócio. Afinal, qualquer carro pode apresentar falhas e problemas mais graves, não importa se tem décadas de uso ou se trata-se de um seminovo. Portanto, atenção! E boa compra.
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