O setor automotivo brasileiro sofreu sucessivas quedas ao longo da década. A Jeep, no entanto, andou na contramão dessa tendência. Apenas entre 2015 e 2018, a marca mais que dobrou o número de vendas, passando de 41.795 para 106.952 (aumento de 155,90%).
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O comparativo entre o primeiro trimestre do ano passado e o deste ano indica que a Jeep segue crescendo por aqui. De acordo com dados da ANFAVEA (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), a montadora vendeu 28.683 unidades de janeiro a março deste ano contra 21.956 no mesmo período de 2018.
Todo esse sucesso se deve aos ganhos no mercado de SUVs. Até 2014, a Jeep sequer figurava entre os 20 modelos mais vendidos da categoria, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
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Porém, no ano seguinte, o Jeep Renegade e o Compass apareceram em 2º e 12º lugar do ranking, consecutivamente. Em 2017, o Renegade foi o 5º mais vendido da categoria e o Compass ficou em 1º, posição que ocupou até o acumulado de 2018.
No último levantamento da Fenabrave, de maio, os dois SUVs da Jeep lideraram a categoria. A diferença é que as vendas do modelo Renegade superaram as do Compass.
Nissan cresceu 50% nos últimos quatro anos
Outra empresa que vem ganhando espaço no mercado de SUVs é a Nissan. Em unidades comercializadas, o Kicks é o principal carro da marca desde 2017, quando deixou o Versa para trás. No primeiro quadrimestre deste ano, ele foi o 3º SUV mais vendido do Brasil, somente atrás dos modelos Jeep.
O crescimento do Kicks no Brasil teve grande impacto na posição da montadora japonesa no comércio local, que cresceu 50% em vendas entre 2014 e 2018.
Enquanto Jeep cresceu, as grandes perderam espaço
A quantidade de montadoras que conseguiram aumentar a participação nos últimos quatro anos é minoria, visto que o número de vendas de automóveis novos caiu 24,87%. Algumas marcas, porém, tiveram perdas bem mais significativas. A Mitsubishi, por exemplo, encolheu sua participação no mercado em mais de dois terços (70,64%) nesse período.
Em números totais, a Fiat foi a marca que teve os piores resultados. Entre 2014 e 2018 a montadora diminuiu o número de vendas em 321.752 unidades (63,7%). Só em 2015, a comercialização de modelos novos da Fiat caiu 188.998 unidades.
Nem parece que a marca ítalo-mineira era líder do mercado há cinco anos. Dos quatro modelos mais vendidos no País em 2014, dois eram Fiat. A soma das unidades de Palio e Uno emplacadas chegou a 305.977 unidades. De lá para cá, o desempenho comercial da marca caiu tanto que o Fiat mais vendido em 2018, o Mobi, ficou em 8º no ranking geral e o segundo, o Uno, num longínquo 16º.
No geral, montadoras tradicionais no mercado brasileiro sofreram grandes perdas nos últimos cinco anos. Entretanto, nem mesmo chegaram perto da redução de vendas da Fiat. Para superar a queda das vendas dos modelos da marca, seria necessário juntar as baixas nas vendas da Ford, General Motors e Volkswagen que, sucessivamente, perderam no volume de vendas 76.925, 102.774 e 169.250. Em 2018, elas venderam juntas 348.949 carros a menos que em 2014.
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