Embora seja uma reestilização, o novo Hyundai HB20S, que chegou às lojas brasileiras no fim de agosto, subiu de nível em estilo, segurança e conectividade. Por fora, o sedã compacto tem a mesma frente do hatch HB20, com visual mais sóbrio. Porém, a traseira é arrojada e tem lanternas unidas e iluminadas de ponta a ponta. O visual lembra o estilo dos novos Elantra e Tucson, bem como se parece bastante com as lanternas do mini SUV Venue.
Com esse conjunto óptico mais moderno e ousado, o novo HB20S não passa despercebido nas ruas. Em nosso primeiro contato, o sedã atraiu muitos olhares, alguns deles surpresos sobretudo com as linhas da traseira. No geral, o sedã amplia a percepção de valor com itens como as novas rodas de liga leve de 16 polegadas, que preenchem melhor as caixas de rodas. Ou mesmo o inédito sistema de abertura do porta-malas por aproximação.
Mesma cabine, mais recursos
Por dentro, a Hyundai praticamente não mexeu no modelo, assim como no hatch. O painel tem o mesmo visual de antes e a única diferença para o HB20 é que o sedã tem opção de interior claro. Mas há algumas boas novidades a bordo. Para começar, o HB20S agora traz de série seis airbags em vez de quatro bolsas infláveis. Ou seja, tem airbags do tipo cortina, que protegem os passageiros que vão no banco traseiro e cobrem toda a área das janelas das portas.
As principais novidades são exclusivas da versão Platinum Plus que avaliamos no JC. Dessa forma, quem procurar pelas versões mais baratas encontrará um modelo bem mais simples. É o caso, por exemplo, do novo quadro de instrumentos. Ele parece uma tela de 10″, porém, traz um pequeno visor central que com hodômetro e demais dados do veículo, como o consumo. Mas os instrumentos nas laterais são fixos e apenas mudam de cor (de azul para vermelho).
Outro novidade importante é a multimídia de 8″, que agora tem conexão sem fio com celulares Android e Apple. Na linha anterior, essa tela já era conectada à internet. A novidade é que a Hyundai estendeu a gratuidade dos serviços conectados da marca de forma retroativa para todos os usuários por três anos. Há central de atendimento dedicada, botão SOS para emergências e comandos remotos a partir do aplicativo no smartphone.
Motor 1.0 turbo não muda
Em relação ao desempenho, a linha 2023 do HB20S não traz mudanças. O sedã mantém no topo da gama o motor Kappa 1.0 flex de três cilindros e injeção direta. Ele rende 120 cv de potência e um torque de 17,5 mkgf combinado ao câmbio automático de seis marchas. Com este conjunto mecânico, o sedã da Hyundai faz médias de 8,6 km/l e 10,9 km/l (cidade/estrada) com etanol. E com gasolina no tanque, são 12,3 km/l e 15,5 km/l, na mesma ordem.
Para comparação, o arquirrival Onix Plus com motor 1.0 turbo de 116 cv faz 8,4 km/l (cidade) e 12,2 km/l (estrada) com o combustível de origem vegetal, e 12,3 km/l e até 16,8 km/l com o combustível fóssil. Ou seja, o modelo da Chevrolet bebe mais com etanol na cidade, e menos com gasolina na estrada. De resto, são parelhos. Mas há um ponto de vantagem para o HB20S: o sedã da marca sul-coreana tem paddle-shifts no volante para trocas manuais.
HB20S com preço de Honda City
A disputa direta evidentemente é contra o Chevrolet Onix Plus, mas, com a reestilização, o HB20S também encosta no novo City. Este tem preços maiores, que vão atualmente de R$ 114.300 até R$ 132.200. Ou seja, avança bem em relação ao Hyundai, que custa R$ 120.990 na versão mais cara Platinum Plus. Mas o Honda trocou de geração e cresceu de tamanho, principalmente no entre-eixos, que tem 2,60 metros ante 2,53 m do HB20S.
Além do espaço interno maior, o novo City tem 519 litros de capacidade volumétrica no porta-malas. No sedã da Hyundai são 475 litros, bem mais que a maioria dos SUVs compactos, por exemplo. Já o Onix Plus tem 469 litros no compartimento e os mesmos 2,60 m de entre-eixos do Honda City. O Chevrolet é o mais barato dos três, com preço de R$ 107.760 na versão “Premier 2”, a mais completa. Porém, não traz os recursos semiautônomos.
Vale a compra?
Com todas as mudanças feitas pela Hyundai, o HB20S está bem mais interessante, não só no visual, que entrega sofisticação, mas também nos conteúdos. O sedã agora tem, a depender da versão, até três entradas de USB de carregamento rápido, ar-condicionado digital e automático, e partida remota do motor pela chave. O 1.0 turbo flex, por sua vez, vai bem no sedã e entrega ótimo fôlego e bom consumo com o câmbio automático de seis marchas.