A Volvo vem fazendo uma espécie de campanha mundial contra o automóvel (leia mais abaixo). E a estratégia está funcionando. As vendas globais da marca cresceram 11,3% no acumulado de janeiro e fevereiro deste ano em relação a igual período de 2018. Em números absolutos, são cerca de 94 mil unidades.
No Brasil, as vendas da marca cresceram impressionantes 63,2% nos dois primeiros meses deste ano. Foram 1.056 emplacamentos, ante 647 no mesmo período de 2018. Aqui, o carro-chefe da Volvo é o XC60, seguido pelo XC40.
Sozinho, o SUV médio foi responsável por 40% das vendas da marca no País neste bimestre. A versão Momentum, a mais barata do modelo, parte de R$ 254.950.
Diretor de marketing e relações públicas da Volvo do Brasil, Leandro Teixeira diz que os bons resultados estão relacionados a um conjunto de ações. De acordo com ele, a marca vem aumentando a oferta de produtos, além de ampliar e reestruturar a rede de concessionárias, por exemplo.
Volvo cresce em todos os mercados
Embora em números bem menores que os do Brasil, as vendas da Volvo estão em alta no mundo todo. Na Europa, o avanço foi de 12,9% no primeiro bimestre de 2019 ante o mesmo período do ano passado.
No mercado europeu, o bom resultado é fruto do sucesso dos SUVs XC40 e XC60 e também da V60. Os europeus ainda são muito fãs de peruas.
Na China, o crescimento, de 2,2%, é baseado no sucesso do XC60 e do sedã S90. Já no mercado norte-americano, no qual imperam os SUVs, as vendas da marca sueca avançaram 5,6% no acumulado de janeiro e fevereiro. Os queridinhos dos EUA são o XC60 e o XC90.
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Volvo subverte marketing
O curioso é que a Volvo vem subvertendo a maneira tradicional de vender carros. Há cerca de um ano, a marca lançou um filme publicitário no qual critica o consumismo. Isso inclui ser dono de um veículo.
O anúncio foi feito para lançar o XC40 e o serviço de locação de veículos da marca. O filme (veja abaixo) termina com a frase “Ao não possuir coisas, você não é propriedade de coisas”.
Salão de carros sem carro
E não para por aí. No Salão de Los Angeles (EUA) do ano passado a marca não expôs um só carro. No estande o destaque era a frase “This is not a car” (Isto não é um carro). Em vez de veículos, havia “estações” mostrando soluções no segmento de serviços e mobilidade.
É o caso da parceria com a Amazon. Por meio de um aplicativo, o dono de um Volvo não precisa receber pessoalmente os produtos comprados da gigante de e-commerce.
Basta que ele libere o acesso do entregador ao porta-malas de seu Volvo. Assim que o produto é deixado no veículo, um aviso é enviado ao comprador.
Teixeira afirma que a Volvo “pensa” mesmo de forma diferente. Ele lembra que até mesmo a origem da marca (originária da Suécia) é incomum.
“Ao não levar carros ao Salão de Los Angeles, por exemplo, não estamos indo contra a indústria de veículos. O objetivo era levantar outras discussões que envolvem o setor, como mobilidade, meio ambiente e segurança”, afirma o executivo.
Velocidade limitada de fábrica
A mais recente ousadia da empresa será limitar a 180 km/h a velocidade máxima de seus veículos feitos a partir de 2020.
A medida faz parte do plano Vision 2020. O objetivo da Volvo é zerar as mortes a bordo de seus carros envolvidos em acidentes.