O VW T-Cross 200 TSI 2025 pode até estar na base da cadeia do SUV compacto mais vendido do Brasil, mas está longe de ser um mal de negócio. A segunda configuração mais barata da gama custa, atualmente, R$ 152.490. Longe de ser um valor acessível, é verdade. As versões similares dos concorrentes, como Hyundai Creta, Chevrolet Tracker e Jeep Renegade, no entanto, estão na mesma faixa de preço.
Podemos considerar que o T-Cross 200 TSI é a legítima versão de entrada. Isso porque a configuração logo abaixo vem a Sense, de R$ 119.990, mais voltada ao público PCD e frotas. Tanto que as rodas são de aço e a lista de equipamentos é mais curta. Só que são R$ 32.500 a menos…
Voltemos. A versão 200 TSI economiza até no sobrenome. Sense, Comfortline e Highline. Todas as outras opções VW T-Cross tem nome uma alcunha. Exceto esta com uma impessoal combinação alfanumérica. O significado é meramente técnico: 200 Newton-metro de torque — ou 20,4 mkgf — e motor 1.0 turboflex.

VW T-Cross sem câmera de ré?
Visualmente, esta versão acompanha as pequenas atualizações feitas no SUV em meados do ano passado, com os faróis de LED e para-choques modificados, bem como as lanternas agora integradas com uma faixa luminosa. O que fica de fora são alguns detalhes cromados e de acabamento da carroceria.
A lista de itens de série é, digamos, recheada, para uma opção mais em conta: seis airbags, painel digital, central multimídia com tela flutuante de 10,1 polegadas e volante multifuncional. Retrovisores e maçanetas na cor do veículo, bem como rodas de liga leve aro 16, start-stop, controle de cruzeiro adaptativo(!) e frenagem automática de emergência(!) — estes dois últimos até então eram, geralmente, reservados à configurações com etiquetas de preço maiores e ausente nos rivais. Ponto para o VW T-Cross. Só que olhando mais atentamente, a lista tem algumas falhas graves.
Esta versão do SUV traz avançados recursos de segurança, mas uma simples câmera de ré e retrovisores com ajustes elétricos fazem parte de um pacote opcional que custa R$ 2.130 extas. Além do recurso para ajudar em manobras (só os sensores traseiros são de fábrica) e , o chamado Pacote Interactive IV adiciona ainda rodas de 17 polegadas com desenho de versões mais caras, pneus de baixa resistência a rolagem e sensores de estacionamento dianteiros. Não faz sentido…

Atraso
Em movimento, o SUV compacto da VW é um dos melhores do segmento. Entretanto, um aspecto se destaca negativamente: o atraso do acelerador. Para reduzir o nível de poluentes e o consumo de combustível (para atender a nova legislação do Proconve), a marca fez ajustes no mapa de aceleração e há um delay considerável (de uns 2 segundos) entre você pressionar o pedal da direita e o carro efetivamente embalar. É uma sensação desconfortável, principalmente, quando você necessita de velocidade para fazer uma ultrapassagem.
Quando o SUV resolve andar, e os 128 cv e os 20,4 mkgf de torque aparecem de forma substancial, o T-Cross mostra a que veio. O velocímetro digital aumenta rapidamente e as retomadas também são robustas. A transmissão automática de seis marchas executa seu trabalho com trocas suaves e a direção tem o peso certo. A suspensão tem acerto firme, podendo chacoalhar quem está dentro de vez em quando, mas não chegar a ser desconfortável. O compacto tem o rodar mais sólido da categoria e a melhor percepção de controle por parte de quem dirige.
Dentro, o aspecto é de um caro simples. Plásticos duros por todos os lados e bancos de tecido (apesar de ter um padrão bem bonito). O quadro de instrumentos digital tem interface bem mais simples que o de versões mais caras, porém traz as informações necessárias para condução.
Entrada, pé-de-boi, básica, simples. Fale como quiser. Mas a 200 TSI é uma versão que atinge o custo-benefício e boa opção para quem quer entrar no mundos dos SUVs. Afinal, o T-Cross não é o SUV mais vendido do Brasil à toa.
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