Trocar de carro a cada um ou dois anos pode garantir, além de ter sempre um modelo moderno, a ausência de defeitos constantes. Porém, nem sempre as condições financeiras permitem a troca, e há também casos em que o veículo se torna o “xodó” do dono, que simplesmente não consegue se desfazer dele. Esse “casamento” pode durar décadas e nem mesmo os custos de manutenção, que tendem a se elevar, parecem justificar uma troca.
O aposentado Noé Vilela mantém uma relação muito estável com seu Chevrolet Kadett SL/E automático comprado zero-km em 1989 e mantido a pão de ló desde então. “Usava o carro diariamente para trabalhar e já rodei mais de 500 mil km com ele. Como ele ainda me atende perfeitamente, continua em minha garagem”, explica “seu” Noé. Hoje o Kadett sai de casa apenas esporadicamente, mas nunca deixou o aposentado na mão. As revisões anuais garantem o funcionamento correto do Chevrolet que já soprou 29 velinhas.
Algo parecido ocorre com o estudante Adriano Coura, que comprou seu Kia Picanto zero em 2007 e o utiliza diariamente desde então. O hatch sul-coreano substituiu seu primeiro carro, um Renault Twingo que foi usado por menos de um ano. “Eu gostei muito do modelo e não achei necessário trocá-lo com o tempo. Consigo fazer toda a manutenção sem problemas, e o carro nunca me deixou na mão”, diz Coura, que já rodou mais de 200 mil quilômetros com o Picanto. “Eu até o teria trocado por um carro mais novo, mas ele continua funcionando normalmente e a diferença de preço para um zero-km é proibitiva”, completa.
Razões. Para o consultor Paulo Garbossa, da ADK Automotive, existem dois motivos principais que levam o dono a manter um carro por anos. “Geralmente, o proprietário se apega muito ao veículo e não quer revendê-lo, ou fica desanimado ao saber quanto precisará gastar para trocá-lo por um novo”, explica.
Há ainda os casos em que o modelo saiu de linha e não deixou substituto. É o que ocorre com o empresário Maurício Veiga, dono de uma Toyota Fielder 2005, também comprada zero-quilômetro. “Teria trocado esse carro por uma Fielder nova se a Toyota a tivesse lançado. As outras peruas do mercado ficaram muito caras”, lamenta. Veiga afirma que modelos de outros segmentos não atendem tão bem suas necessidades quanto a perua da Toyota.
Veja abaixo algumas opções de sedãs médios usados até R$ 50 mil:
Chevrolet Cruze
Um Chevrolet Cruze LT 2013 com câmbio automático custa R$ 49.462.
Fiat Linea
OK, o Fiat Linea não é propriamente um sedã médio (já que ocupa o mesmo segmento do Honda City, e não do Civic), mas é uma opção acessível para quem quer um modelo com pouco uso. Dá para achar um exemplar da versão Absolute 2015 com câmbio automatizado por R$ 49.327, ou um Essence 2016 com transmissão manual por R$ 51.398.
Ford Focus
Para quem não faz questão de câmbio automático ou motorzão, um Ford Focus 1.6 2014 por R$ 50.552 pode ser uma boa opção.
Honda Civic
No mercado de usados, eis um modelo que vende feito pão quente. Com R$ 49.834, dá para levar para casa um Civic LXS 1.8 2012 com câmbio automático.
Mercedes-Benz C200
Para quem estiver disposto a comprar um modelo um pouco mais velho, dá para encontrar um Mercedes C200 ano 2008 por R$ 50.823
Mitsubishi Lancer
Pouco lembrado, o Lancer agrada pelo comportamento dinâmico. Com R$ 50.336, você compra uma unidade 2013 com motor 2.0 16V e câmbio automático.
Peugeot 408
Se o seu foco é em desempenho, considere com carinho o Peugeot 408, já que R$ 50.151 compram um exemplar de 2014 equipado com o potente motor THP 1.6 turbo de 165 cv e câmbio automático.
Renault Fluence
Um exemplar de 2013 do Renault Fluence na versão de topo Privilege, com câmbio automático, custa R$ 45.739.
Toyota Corolla
Para quem faz questão do modelo líder de preferência, R$ 48.172 compram um Corolla GLi 1.8 2012 com câmbio automático.
VW Jetta Comfortline
Um exemplar do sedã VW de 2012 na versão Comfortline 2.0, com câmbio automático Tiptronic, sai por R$ 48.318.