Um ferro-velho em Seropédica, no Rio de Janeiro, às margens da rodovia Presidente Dutra, viralizou nas redes sociais. É o chamado “Cemitério dos Peugeot“. No local, é possível ver vários modelos da marca do leão, bem como da “irmã” Citroën, à espera para serem desmantelados. O negócio desmonta e revende peças de carros das marcas da PSA (agora Stellantis). E tem alta procura.
Aliás, no vídeo do canal Matheus Garage, no Youtube (confira abaixo), é possível ver o local, que se tornou uma fonte de peças para os modelos mais antigos de Citroën e Peugeot. No vídeo, Matheus, que é proprietário de um Peugeot 206, percorre 150 km até achar o local. A entrada não se parece com a de uma empresa de desmanche, mas sim com a de uma pequena oficina.
Cemitério dos Peugeot abriga modelos de outras marcas francesas
No Cemitério dos Peugeot, modelos franceses de toda sorte são desmontados. Assim, pode-se encontrar de tudo: portas, acabamentos, módulos, motores, alternadores e o que for possível para estender a vida de um outro veículo da marca.
No entanto, curiosamente, a 90 km do local fica a fábrica da Peugeot Citroën, de onde saíram alguns dos carros ali dispostos. Atualmente, a unidade – sob comando da Stellantis – está prestes a receber a produção do seu primeiro híbrido flex nacional.
De volta aos “desmanches”, eles são, portanto, o último recurso para aqueles que precisam de peças de reposição. Por isso, atraem compradores ávidos por uma solução para os seus problemas. Afinal, as peças originais sem uso ou novas de estoque estão cada vez mais difíceis de se achar. Além disso, quando aparecem, por vezes ganham preços absurdos. O mesmo vale para modelos importados, cuja oferta de componentes sempre foi escassa no País.
Desmanches legais precisam seguir a Lei Federal 12.799
No dialeto dos donos de carros antigos, pessoas que vendem peças a preços muito acima do tolerável são “antigoportunistas”. Além disso, vale salientar que nem todo desmanche funciona de maneira legal. A compra e venda de peças vindas de outros veículos necessitam de comprovação, bem como de recibo. Um desmanche legal deve obedecer à Lei Federal 12.977, que regulamenta, portanto, a atividade de desmonte de veículos terrestres.
A lei prevê coibir o furto e o roubo de veículos, prática ainda comum no País que abastece o mercado clandestino de autopeças. Entretanto, felizmente não é o caso do Cemitério dos Peugeot. Em entrevista à revista Quatro Rodas, o responsável pelo local, Rodrigo Oliveira, afirmou que não recebe veículos sem documento. Dessa forma, garante segurança ao vendedor e ao comprador, que pode adquirir peças de procedência garantida para seu carro francês.
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