Em 1975, quando a General Motors do Brasil comemorava 50 de seus atuais 100 anos de existência, novidades chegavam à linha Chevrolet Opala, seu maior sucesso no País até então. Além do novo desenho nos modelos sedã e cupê, e a introdução da linha Comodoro, mais luxuosa, chegava também a primeira perua Opala, chamada Caravan.
Apresentada no Salão do Automóvel de 1974 e chegando às lojas no ano seguinte, a perua Caravan era a entrada da Chevrolet em um mercado antes servido exclusivamente pelos utilitários Amazona e Veraneio, por exemplo. Propagandeada como “o primeiro station wagon brasileiro”, ignorava a existência prévia de nomes como Simca Jangada, Ford Belina e VW Variant, e oferecia ainda mais espaço que o sedã do qual derivava.
Com algumas linhas emprestadas da irmã alemã Opel Rekord C Caravan, o modelo teve apenas duas portas durante toda a vida, e opção de motores de quatro ou seis cilindros (2,5 e 4,1 litros, respectivamente). Assim, com foco no espaço, oferecia até 1.950 litros de capacidade no porta-malas, cortesia dos bancos traseiros rebatíveis, e podia carregar até seis pessoas.
Avançando no tempo, em 1977, a linha Caravan ganhava a versão Comodoro, até então a mais luxuosa possível. Painel com imitação de madeira, rádio AM/FM e interna monocromática davam um ar mais requintado ao modelo, que em 1978 ganharia interna com opção de cores, sendo elas preto, marrom ou vinho, conhecido popularmente por ‘chateau’, por exemplo.
Chevrolet Caravan SS foi a primeira perua esportiva do Brasil
A linha 1978 também veria a chegada da Caravan SS, que herdava do cupê o visual esportivo, completado pelo volante de três raios, rodas de ferro do tipo ‘repolho’ e as devidas faixas pretas, sob o capô e também nas laterais. Falando em capô, dentro dele só entravam as versões ‘S’ dos conjuntos disponíveis na época: o 151-S, de quatro cilindros e 98 cv, ou o aclamado 250-S, de seis cilindros, e 171 cv. Além disso, ambos alimentados por um carburador de corpo duplo e sempre com câmbio manual.
Com a chegada de 1980, a linha Opala ganhou visual mais moderno, tornando-se visivelmente quadrada. Na perua, chamavam a atenção os novos faróis quadrados e lanternas traseiras de peça única, com formato de trapézio. A Caravan 80 marcou o fim da versão SS, feita em pouquíssimas unidades, com para-choques na cor do carro e uma extensa faixa lateral.
Contudo, se a SS deixava a linha, chegava outra opção acima do Comodoro: a Caravan Diplomata. Com acabamento mais caprichado e bossas como transmissão automática opcional, era o topo de linha da perua. Em 1985, a linha ganhava mudanças pontuais, e opção de pintura em dois tons, sem mudanças no conjunto mecânico.
Caravan Diplomata SE e o fim da linha Opala
Já em 1988, entretanto, mudanças chegavam à toda a linha Opala. As versões de acabamento foram renomeadas, sendo a SL a mais básica, seguida da Comodoro SL/E e da Diplomata SE. A última tinha bossas como saídas de ar traseiras, trio elétrico, coluna de direção ajustável e mais.
Assim, sua mudança mais significativa aconteceu na linha 1991, já com visual mais envolvente e melhorias na segurança. Chegavam itens como freios a disco nas quatro rodas e direção hidráulica de série na versão Diplomata SE. A opção topo de linha ficou marcada por detalhes como os para-choques na cor da carroceria, por exemplo.
Contudo, já ultrapassada, deixou a linha de montagem junto do sedã Opala (o cupê acabou descontinuado em 1988) em 1992, em uma versão ambulância, abrindo caminho para outro modelo de grande porte: a perua Suprema, derivada do Omega. A Caravan marcou época como modelo familiar durante seus 17 anos de produção, sendo lembrada até hoje por entusiastas da linha Opala.
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