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Chevrolet Chevette 50 anos: relembre a história do carro popular da GM
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Chevrolet Chevette 50 anos: relembre a história do carro popular da GM

Modelo de entrada da GM foi lançado em 1973, e foi criado para combater o sucesso do VW Fusca; o Chevette saiu de linha há 30 anos, em 1993

Rodrigo Tavares, Especial para o Jornal do Carro

04 de jun, 2023 · 11 minutos de leitura.

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Mais de 1/3 dos usados vendidos em 2023 tinham idade superior a 13 anos
Crédito:Chevrolet/Divulgação

O ano de 1973 foi de grandes lançamentos para a indústria automotiva. Novidades como o Dodge 1800 (que logo se chamaria Polara), Volkswagen Brasília e Ford Maverick apareceram oficialmente para o público, e a GM também tinha uma novidade: o Chevette. O modelo pequeno/médio da Chevrolet ficou em linha por 20 anos, sendo descontinuado em novembro de 1993, após vender 1,6 milhões de unidades.

Segundo veículo de passeio da GM fabricado no Brasil, sendo o Chevrolet Opala o primeiro, o Chevette era a resposta da marca para conter o sucesso do Fusca, que em 1972, havia batido seu recorde de vendas. Pensado como um projeto global, o Chevette (ainda chamado internamente de Projeto 909), foi desenvolvido para ser derivado do Opel Kadett, justamente para substituí-lo.



No Brasil, o modelo apareceu seis meses antes do que na Europa. Seu nome, alguns dizem, surgiu para evitar o nome alemão “Kadett” no Brasil, que vivia sobre uma ditadura militar. Já outros, afirmam que o nome surgiu da junção das palavras “Chevaux” (cavalo, em francês) e do sufixo diminutivo “ette”, na mesma língua. Seja como for, o modelo foi apresentado ao público em maio de 1973.

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Modelo nasceu para combater o Volkswagen Fusca

Projeto era considerado moderno para a época; Foto: Chevrolet/Divulgação

Originalmente com motor 1.4 de 68 cv (SAE) e 9,8 mkgf de torque, utilizava um carburador simples, e era um carro leve, pesando pouco mais de 800 kg. Considerado moderno para a época, suas propagandas evocavam o espaço interno como ponto forte, em comparação ao seu rival à época do lançamento, o Fusca. Compradores podiam escolher entre duas versões: L e SL, essa última mais luxuosa, apresentada em 1976. Ainda em 1975, o modelo ganharia outra versão ainda mais barata, a Especial.

Versão GP trazia a esportividade para o Chevette; Foto: Chevrolet/Divulgação

Em 1976, em razão do patrocínio da GM ao GP do Brasil de Fórmula 1, lançou-se a versão GP, esportiva. Decorada com faixas pretas, rodas com sobre-aros cromados e volante esportivo, o modelo tinha taxa de compressão ligeiramente mais alta que as versões normais, entregando 72 cv. Originalmente, o modelo deveria utilizar o mesmo motor 2.5 do Opala 4 cilindros, porém a ideia nunca aconteceu. A versão seria logo sucedida pela GP II.

Em 1978, o modelo recebe seu primeiro redesenho, que apresentava nova grade bipartida, e faróis com molduras retangulares. Além disso, em 1979, surgia a versão quatro portas, de mesmo tamanho da versão duas portas, que não teve sucesso. No entanto, o modelo continuou a ser produzido, mas apenas para exportação. Ainda neste ano, a versão “Jeans”, com interna imitando o tecido que era febre entre os jovens, foi lançada.

Versão S/R trazia mais esportividade e potência

O S/R trazia o motor 1.6 e visual esportivo, exclusivo da versão hatch. Foto: Chevrolet/Divulgação

Em 1980, chegava a versão Hatch, e em 1981, a nova versão esportiva do modelo: a S/R. A versão foi responsável por apresentar o motor 1.6 à linha Chevette, que logo substituiria o velho 1.4. Equipado com carburador de duplo estágio, o S/R agora contava com 80 cv (SAE), além de faixas degradê nas laterais, faróis de neblina, volante esportivo e instrumentação completa, como conta-giros e vacuômetro, por exemplo.

Versão perua do modelo fez sucesso como veículo familiar da GM; Foto: Chevrolet/Divulgação

Já a perua Marajó oferecia às famílias mais espaço do que a versão sedã e hatch, e concorria com rivais como o Ford Corcel Belina II e Fiat Panorama, por exemplo. No apagar das luzes de 1982, o modelo ganhava a série especial Ouro Preto, com escapamento esportivo e rodas na cor do veículo, além de quase todos os opcionais disponíveis ao Chevette.


Picape Chevy 500 fez sucesso com motor 1.6/S

Picape era a única na categoria com tração traseira; Foto: Chevrolet/Divulgação

Em 1983, o modelo ganha uma reformulação total, com visual mais quadrado, que o acompanharia até os anos 90. No entanto, o ano também marcou a chegada da picape Chevy 500, último modelo derivado do Chevette, e que fez sucesso com o público jovem. Em 1985, chega à linha a opção de câmbio automático de três marchas.

Com a chegada do ano de 1987, o modelo ganha ar-condicionado, mas como opcional. No entanto, no ano seguinte, a versão quatro portas sai de linha, devido à baixa procura, e chega a versão SE (Super Executive), topo de linha. À época, estavam disponíveis as versões SL (intermediária) e Chevette (básica, sem nome específico). 


Motor 1.6/S deu novo fôlego à linha Chevette. Foto: Chevrolet/Divulgação

Em 1988 chega o motor 1.6/S (Super), com carburador de corpo duplo e novos componentes reprojetados e mais leves. O conjunto agora rendia 82 cv, potência similar à oferecida no Opala 4 cilindros, por exemplo. A versão SL/E (Super Luxo/Executive) substituía a SE como a mais cara, e trazia rodas de liga leve opcionais, idênticas às do Diplomata, por exemplo.

Com a chegada do Kadett em 1989, o reinado do Chevette como carro de entrada estava ameaçado, e, naturalmente, o modelo começou a perder compradores. Além disso, em 1990, com as vendas da novidade em alta, a Marajó saía de linha, em detrimento da Ipanema, versão perua do Kadett. Com as vendas do Chevette em queda, seu fim era próximo, mas ainda havia um último respiro.


Versão popular “Júnior” cimentou o fim do Chevette

Versão “popular” do modelo era fraca, e não agradou; Foto: Chevrolet/Divulgação

Em 91, a única novidade na linha foi a versão DL, que substituia SL e SL/E numa tacada só, sendo menos despojada que a primeira, entretanto, não tão completa como a segunda. Com a queda de 20% no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em automóveis como motores até 1 litro, promovida em 1990 durante o governo Collor, a GM precisava de uma resposta rápida ao sucesso do Fiat Uno Mille, por exemplo. Com isso, nascia a versão Júnior, em 1992.

No entanto, a correria da marca em ter um carro popular resultou na diminuição da cilindrada do 1.6/S para 1.0 (998 cm³), e apenas 50 cv de potência. Considerado fraco, mais pesado e com desempenho pior que a alternativa da Fiat, por exemplo, o modelo não fez sucesso. Além disso, era desprovido de itens considerados essenciais hoje em dia, como retrovisor do lado direito e encostos de cabeça, opcionais. 


Entretanto, por ser básico ao extremo, saiu de linha no início de 1993. Isso se deu exatamente quando o presidente Itamar Franco estendeu o benefício do IPI para veículos com 1.600 cilindradas, visando, por exemplo, beneficiar o retorno do Fusca, relançado no mesmo ano.

A marca tentou reverter o fracasso do Júnior com a versão L 1.6, mas já era tarde; Foto: Chevrolet/Divulgação

A GMB até conseguiu colocar o Chevette de volta na faixa dos descontos, relançando o motor 1.6 na versão L, mas já era tarde. Por fim, no final de 93, o Chevette dizia adeus ao público, depois de 20 anos de produção, dando lugar ao Corsa, outro grande sucesso da marca.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.