Tião Oliveira

16/04/2020 - 6 minutos de leitura. Atualizado: 15/04/2020 | 17:59

Fordlândia foi sonho utópico no coração da Amazônia

As filmagens de Fordlândia, nome provisório da série para a TV que será dirigida por Werner Herzog, não têm data para começar. A culpa é da pandemia do novo coronavírus

Aging vehicles stored in the old workshops of Fordlandia, Brazil, a community founded in 1928 by Henry Ford. Crédito: Bryan Denton/TNYT

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As filmagens de Fordlândia, nome provisório da série para a TV que será dirigida por Werner Herzog, não têm data para começar. Culpa da pandemia do novo coronavírus. A produção, a cargo da Hyde Park Entertainment, será baseada no livro homônimo do historiador norte-americano Greg Grandin, que conta a epopeia orquestrada pelo industrial Henry Ford, que nos anos 1920 ergueu uma cidade inteira no Pará, bem no meio da floresta amazônica.

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Não é a primeira vez que a Fordlândia será retratada nas telas. Entre as produções que você pode conferir aí mesmo da sua casa, há um vídeo de cerca de 30 minutos feito pela artista inglesa Melanie Smith e o documentário dirigido por Marinho de Andrade e Daniel Augusto, que está no YouTube.

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Henry Ford, considerado o idealizador da linha de produção em massa, com o Modelo T, em 1908, queria ter sua própria fonte de borracha. A meta do empresário era fabricar pneus para ficar livre da dependência dos fornecedores.

Fordlândia era quase um Sergipe

Em 1927, Ford adquiriu uma área de quase 15 mil km² no Pará, às margens do Rio Tapajós, a 1.200 km de distância de Belém. Para comparação, o Estado de Sergipe tem 21.915 km².


A Ford construiu um complexo inspirado nas vilas de trabalhadores da região de Detroit, em Michigan, nos Estados Unidos, onde fica sua sede. Foram erguidos galpões, alojamentos, casas de madeira, clube com piscina, cinema e campo de golfe.

As ruas foram calçadas, iluminadas e receberam até hidrantes. As instalações incluíam escolas e hospital, com atendimento médico e odontológico.


 

Diretrizes norte-americanas

O dono da Ford nunca pisou no complexo. A coordenação e gerenciamento do projeto eram tocados por funcionários vindos da matriz, nos EUA. E os operários eram nativos.

A questão é que a proposta de imersão no estilo de vida do norte dos EUA não era limitada ao concreto. O choque entre as culturas não tardou a aparecer.


Nas refeições, invariavelmente havia hambúrguer e espinafre. Insatisfeitos, os operários ameaçaram cruzar os braços se a erva rasteira não fosse trocada por feijão, peixe e farinha.

Rotina regrada

Henry Ford era abstêmio. Por isso os trabalhadores, inclusive os brasileiros, não podiam consumir álcool. Além disso, todos eram obrigados a usar crachás e cumprir jornadas determinadas de trabalho, algo bastante incomum naquela época.


Em seu livro, Grandin relata a existência de esquadrões sanitários, que eliminavam cães sem dono e poças d’água para evitar a proliferação de mosquitos – e de doenças como a malária. E os funcionários eram submetidos a exames regulares para prevenir doenças venéreas.

Declínio anunciado

As tensões sociais passaram a ser o menor dos problemas. Nenhum dos gerentes da Ford tinha experiência em agricultura em áreas tropicais.


E o pior, eles não buscaram aconselhamento de especialistas. O resultado é que o solo da área escolhida para plantio era pedregosa e infértil.

Além disso, as mudas escolhidas para dar início à plantação não eram de boa qualidade. E, diferentemente das árvores nativas, que ficam distantes umas das outras, o espaçamento entre as mudas era reduzido. Isso dificultou o controle de pragas, que dizimaram a plantação.


Derrocada

Para tentar reverter o prejuízo, uma área mais ao norte e com melhores condições para o plantio recebeu novas mudas. Mas já era tarde.

O surgimento de novas tecnologias passaram a permitir a fabricação de pneus a partir de derivados de petróleo. No fim de 1945 o governo brasileiro comprou as instalações da Ford.

Sem novos investimentos, a vila entrou em declínio. Segundo o IBGE, atualmente há cerca de 16 mil habitantes na região.


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