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Impala 1962: paixão platônica virou casamento
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Impala 1962: paixão platônica virou casamento

Thiago LascoPaixões platônicas são comuns na adolescência. O rapaz passa todos os dias pela garota na escola ou no clube,... leia mais

10 de mar, 2013 · 6 minutos de leitura.

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 Impala 1962: paixão platônica virou casamento

Thiago Lasco

Paixões platônicas são comuns na adolescência. O rapaz passa todos os dias pela garota na escola ou no clube, não sabe o nome dela e não tem coragem de abordá-la. Um dia, a moça deixa de aparecer ali e os caminhos nunca mais se cruzam. A história do engenheiro Pedro Bittencourt com o Impala 1962 foi parecida.

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Todos os dias, ele via o carro estacionado em uma praça perto de sua casa e o admirava à distância, sem saber seu nome ou quem era o dono do Chevrolet. Era o fim dos anos 80 e o garoto Pedro não entendia quase nada de carros. Mas sabia que os modelos de sua época não lhe interessavam. “Gol, Monza e Passat não tinham um desenho tão legal. Já aquele carro era cheio de detalhes, frisos e cromados”, conta.

Como em toda paixão platônica que se preze, Pedro e o Impala acabaram se separando. Mas quis o destino que os dois se reencontrassem: ele conseguiu comprar o carro que via todos os dias parado na praça. Foram felizes juntos por 13 anos, até Pedro vendê-lo – e se arrepender.


Em 2009, um amigo deu a dica: a sede de uma empresa em Piracicaba (SP), estava sendo esvaziada, e tinha um Impala na garagem do mesmo ano de sua paixão. Pedro comprou o carro, que estava parado havia 30 anos, por causa de um problema mecânico. “O compartimento de óleo deve ter estragado e o lubrificante se misturou com a água do motor, danificando outras peças”, conta. Feito o reparo e trocadas as rodas, que estavam enferrujadas, o carro ficou como novo.

O apreço de Pedro pelo modelo 1962 tem uma razão. “Era esse o carro da praça, minha primeira paixão. Além disso, nesse ano ele perdeu o ‘rabo de peixe’ exagerado e ganhou linhas mais suaves.”


O engenheiro usa transporte público nos deslocamentos do dia a dia e deixa o Impala para seus passeios noturnos. “Não o entrego a manobristas, pois não sabem dirigi-lo. Eles abrem uma vaga com cones e eu mesmo estaciono o carro.”

O motor seis-cilindros de 3,8 litros rodou apenas 42 mil km. O dono diz que as peças são simples e a manutenção é barata. “Deve chegar a uns 120 km/h, mas nunca quis forçá-lo. Até porque ele não vinha com cinto de segurança e não instalei o item, para preservar a originalidade.”

Os três filhos pequenos de Pedro preferem o Impala ao Hyundai i30 da mãe. Em breve, terão mais uma razão para gostar do carro. “Trouxe dos Estados Unidos o ar-condicionado original. Vou instalá-lo assim que os funcionários da minha oficina tiverem tempo”, revela.


História

O Impala foi lançado nos EUA no final de 1957. Até 1965, foi o modelo de topo da Chevrolet e concorria com carrões como Ford Galaxie e Plymouth Fury. Algumas unidades vieram para o Brasil.


O modelo teve sua produção interrompida em 1985 e retomada em 1994. Sua décima geração foi exibida no Salão de Nova York do ano passado e deve chegar às lojas norte-americanas em outubro. Terá motor V6 de 3,6 litros e preço na faixa dos US$ 30 mil por lá.

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