O empresário Jacques Toron é o orgulhoso proprietário do Mercedes-Benz 300 SEL 1967 desta reportagem. Porém, está longe de ser um daqueles fãs puristas da marca. Antes do sedã, já teve de jipe militar (M38 1952) a modelo esportivo (Mustang 1967), passando pelo nostálgico Hudson Commodore Six. “Quando eu vejo um carro e acho bacana, tenho um ímpeto e acabo comprando por impulso”, ele reconhece. “Com todos esses modelos, foi amor à primeira vista.”
O empresário sempre admirou a Mercedes e estava inclinado a buscar um cupê antigo da marca, quando esse sedã surgiu, em 2010. “O rapaz que estava importando o carro acabou encontrando um outro exemplar que lhe pareceu mais conveniente. Então, ele vendeu o sedã para mim”, conta.
Ao chegar ao Rio de Janeiro para buscar o carro, Toron e a esposa ficaram muito satisfeitos com o que viram. Com cerca de 80 mil km rodados, o sedã estava muito bem conservado e preservava bancos, tapeçaria e pintura originais. O empresário só teve de fazer alguns reparos no carburador e na suspensão.
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A propósito, a suspensão, do tipo pneumática, é o principal diferencial do modelo. “É um sofisticado sistema a ar que mantém o carro alinhado. Pouca gente teve e poucos sabem mexer”, acredita Toron. “Tenho que levar as válvulas para fazer a manutenção na Alemanha.”
Esses ônus são pequenos diante da satisfação que o Mercedes-Benz traz. Conforto, acabamento e a maciez da suspensão são as qualidades preferidas do empresário.
“A cabine veio de fábrica com cortinas e o acabamento interno usa madeira de nogueira. E não é pouca madeira, é muita”, ele frisa. “Os bancos são largos como poltronas de primeira classe de avião e revestidos de couro. Mas não é um couro normal, e sim um premium. E a suspensão dele, nenhum carro moderno tem igual”, derrete-se.
A exclusividade de um modelo que já teve muitos donos ilustres também não passa despercebida pelo dono. “Ele já foi carro oficial de primeiro ministro alemão, já serviu ao papa em versão limusine.
Na versão com o motor V8 de 6,3 litros, ele foi considerado o sedã mais rápido do mundo”, enumera.
Longe dos holofotes, o exemplar de Toron leva uma vida pacata. É lavado uma vez por semana e marca presença em um encontro mensal com fãs de Mercedes no Itaim Bibi, na zona sul da capital paulista.
Mercedes já participou até de rali
A maior proeza no currículo do sedã foi um rali de regularidade de 300 km, no mês passado. “Minha esposa foi no banco do carona, como minha navegadora. Foi muito legal”, conta o empresário.
Tirando um probleminha na embreagem que o fez parar em plena Alameda Gabriel Monteiro da Silva, o Mercedes não dá dor de cabeça. Toron aproveita viagens internacionais para comprar peças de reposição e conta com a ajuda de vários especialistas de confiança para manter o carro sempre em dia. “São sempre oficinas antigas e mecânicos velhos, gente que conhece bem o carro”, ensina.