Os anos 1990 foram de grande movimentação no mercado automotivo. As linhas quadradas deram lugar às formas arredondadas, o carburador ia dando lugar à injeção eletrônica, e o brasileiro podia finalmente voltar a sonhar com um importado 0 km. Mas e nos EUA? Como era entrar em um concessionário e escolher um carro novo? E se esse carro fosse um Cadillac?
Felizmente, existe uma resposta para essas perguntas. Tem circulado na internet um vídeo, feito no antigo VHS, mostrando o dia a dia de um concessionário Cadillac em 1993. Trata-se do Williamson Cadillac, perto de Miami, e logo nas primeiras imagens, dá para se ter uma noção de como era planejar a compra de um dos modelos mais caros e luxuosos da General Motors.
Ainda assim, cabe aqui um pouco de contexto: a Cadillac, divisão de luxo da GM, era responsável por vender as versões mais bem acabadas dos produtos do grupo, e nos anos 90 buscava se reinventar, após começar a perder espaço para as concorrentes alemãs e japonesas. Mesmo assim, ainda vendia mais de 210 mil carros por ano, um nome ainda forte no mercado interno.
Clientes em busca de um produto com visual mais conservador, feito nacionalmente e com famoso rodar de “tapete mágico”, tinham os concessionários Cadillac como uma certeza. Produtos como Cimarron, Fleetwood, DeVille, Seville, Allanté e Eldorado ainda eram fortes nos anos 90, e podem ser vistos nas imagens da loja.
Público da Cadillac 30 anos atrás era bem diferente
Nota-se também que os interessados nos carros já tem uma certa idade, e isso era um consenso entre o público. De fato, até pouco tempo, o público algo da marca eram pessoas de mais idade, atraídas pelo extremo conforto, rodar macio e quase nenhuma esportividade. Também é possível notar que os vendedores tem experiência, e sabem lidar com o público.
Em um dos recortes, um dos possíveis compradores revela já ter tido outros quatro Cadillacs, e estava pronto para o quinto. Em outro, o setor de carros usados, onde todos hoje já seriam certamente modelos clássicos, ou mesmo “neocolecionáveis”. Seja como for, é uma viagem no tempo, para uma época onde centrais multimídias e conectividade não importavam, e nem dialogam mais com a Cadillac de hoje, cada vez mais esportiva e tecnológica.
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