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O fim dos motores a gasolina ou a diesel está perto?

O “mundo” precisa urgentemente baixar as emissões de poluentes. Não dá para jogar a culpa apenas nos carros, há muitas... leia mais

Diego Ortiz

29 de set, 2015 · 5 minutos de leitura.

O fim dos motores a gasolina ou a diesel está perto?

O “mundo” precisa urgentemente baixar as emissões de poluentes. Não dá para jogar a culpa apenas nos carros, há muitas fábricas e termelétricas jogando CO2 no ar indiscriminadamente. Mas não é hora de apontar dedos e nem de se esquivar. O momento é de pensar em soluções.

A cada dia que se desdobra o “Dieselgate” da Volkswagem, a pergunta fica mais forte: teriam os motores a diesel ou a gasolina chegado aos seus limites? Elon Musk, criador da montadora de carros elétricos Tesla, diz que sim e que “está na hora da indústria se deslocar para uma nova geração de tecnologia”. Óbvio, ele tem muitos interesses por trás disso e viu neste episódio a hora certa de “sangrar o porco”, como se diz no interior. Mas há pontos importantes a serem observados.

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O downsizing de motores, com a adoção de turbo e a diminuição das litragens para baixar as emissões aos níveis requeridos pelas cada vez mais exigentes legislações parecia ter dado certo. Algumas marcas mostraram consumo até menor do que o de alguns híbridos.

Mas as recentes pesquisas realizadas depois do escândalo alemão mostram que esse mundo perfeito pode ser uma ilusão. Há até a suspeita de estrangulamento de motores para homologação, quando na verdade o que vai no carro que o cliente compra é outro, consumindo até 50% a mais que o indicado.

Outras montadoras podem estar escondendo o jogo, como sugere um estudo da belga Transport & Enviroment, e muita coisa pode surgir sobre esse assunto. Um simples recall não vai apagar o rastro de sujeira que vem sendo deixado.


Por outro lado, a China, que divide com os Estados Unidos a liderança mundial de veículos (e de tudo) vai lançar um programa para 2017 que prevê multas pesadas para empresas muito poluentes. As fabricantes de automóveis de lá já estão com os olhos abertos para se adequar ao regime sem ter que diminuir a produção ou vendas. Hoje já há um sorteio de placas em algumas cidades para diminuir a entrada de novos veículos. Não basta o consumidor chegar e comprar o carro, é preciso contar com a sorte.

No entanto, vem da Califórnia a medida mais radical. Até 2020, os níveis de emissões dos carros e empresas de lá deverão ser os mesmos vistos em 1990, ou seja, 431 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Com esse número, quase nada além de carros elétricos conseguirão ser homologados. É nisso que Elon Musk aposta para se dar bem, já que a Califórnia é um mercado grandioso e ditador de tendências neste quesito.

Mercado brasileiro ainda engatinha na mobilidade sustentável.


No Brasil, o Greenpeace lançou o site ocarroqueeuquero para que os ativistas mandassem sugestões e assinassem uma lista para que a Fiat, Volkswagen e Chevrolet produzam carros mais “verdes” e que apostem na eletromobilidade.

O projeto ainda não deu muito resultado, já que as matrizes energéticas do Brasil são o combustível fóssil e o de cana. E ainda não há nenhum incetivo ou subsídio do governo para carros elétricos ou híbridos como ocorre em outros países.

O máximo que há aqui é o desconto do IPVA e, mesmo assim, em São Paulo apenas.  Mas como em todo tipo de produto, quem decide isso é o consumidor. Quando há demanda, há oferta, assim funciona no capitalismo.


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