Pilotos também podem virar robô

O mundo está mudando rapidamente na frente de nossos olhos inquietos. A definição cada vez maior das telas de nossos gadgets nos mostram a indefinição em que nos encontramos e que nos leva sem rumo ao desconhecido. Toda essa filosofia de botequim serve de introdução a um pergunta nada simples. Onde vão parar os esportes a motor que tanto amamos?

Motores elétricos já foram empurrados com torque máximo para algumas modalidades de turismo, com ápice geral nas 24 Horas de Le Mans. E a F-1 usa hoje um motor 1.6 turbinado bem chocho por causa de questões de emissões de poluentes e consumo de combustível.

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No entanto, o próximo passo (talvez não o próximo, mais alguns adiante) deve ser ainda mais radical. Com as previsões de termos 75% da frota composta por carros autônomos até 2035 em mercados mais desenvolvidos, crescerá a falta de importância do motorista. Promessas cumpridas de menos acidentes tornarão mortes no trânsito algo raro, fora do triste cotidiano de hoje.

Com um mundo estupefato pela falta que o motorista não faz, será que eles ainda serão aceitos nos carros de corrida. Sim, muito da graça de hoje está nos acidentes não fatais. Mas ainda eles continuarão divertidos em um mundo “limpo” e ainda mais virtual? Pode ser que não. E pode ser que até eles, os heróis das pistas, se tornem obsoletos.

Neste cenário, duas opções seriam razoáveis. Carros de corrida autônomos, dotados de inteligência artificial, que levariam na direção do pódio os melhores programadores. Ou avatares dos pilotos, que comandariam os carros a distância sem risco às suas integridades. Eu ainda preferiria a segunda e imaginária opção. Não trocaria nunca a genialidade de Senna e Schumacher ou a loucura de um Mansell ou Hunt pelos movimentos matemáticos de um robô.


Mas eu poderei ser o últimos dos caretas, quem sabe. Digo isso porque nunca vou ter um carro autônomo. NUNCA. Por mais que ame tecnologia, o pensamento é simples: se o meu celular trava eu fico sem ligar, se o meu carro trava eu morro. Pode ser que a tecnologia como um todo evolua até o não travamento, mas em 2035 a gente conversa de novo sobre isso.

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