THIAGO LASCO
Com o trânsito intenso nas grandes cidades, o motorista passa muito tempo ao volante. Para garantir um mínimo de conforto a bordo e evitar dores, é importante manter uma postura adequada. E tudo começa com a regulagem de bancos e retrovisores.
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O primeiro passo é ajustar a distância do banco em relação ao volante. “Braços e pernas devem ficar semiflexionados”, diz o médico Sidney Schapiro, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
Se estiverem muito esticados, fica mais difícil esterçar a direção e acionar os freios. Já quem guia “colado ao vidro” tem menor mobilidade para manobras.
Em alguns veículos há regulagem de altura do assento. Nesse caso, o ajuste deve garantir conforto e boa visibilidade. “Se ficar muito baixo, o motorista terá dificuldade de ver o para-brisa e os espelhos”, afirma o ortopedista. Na falta do recurso, vale a pena usar a popular almofadinha.
Schapiro lembra que é preciso levar em conta o tipo de carro. “Um esportivo tem posição de dirigir diferente da de um utilitário-esportivo, por exemplo.”
Um erro frequente, principalmente entre motoristas jovens, é deixar o encosto do banco muito inclinado (como na foto, que ilustra alguns dos erros mais comuns). Em tese, as costas devem ficar completamente retas. “Mas a capacidade de manter a posição varia. Como o conforto é importante, uma ligeira inclinação, de uns 10 graus, é aceitável”, pondera Schapiro.
Os apoios de cabeça nem sempre recebem a devida atenção. Esses itens de segurança têm de ficar na altura do centro da cabeça, para dar suporte em caso de freada brusca ou colisão na traseira do veículo. A preocupação é evitar o “efeito chicote”, em que a cabeça dos ocupantes é projetada para frente e para trás, com desarticulação de vértebra e risco de luxação e fratura.
Os espelhos devem permitir ao motorista ter visão abrangente. “Mas algum movimento sempre vai acontecer, por causa dos pontos cegos”, diz o médico.
Bom senso – Para Schapiro, a medida ideal dos ajustes é o conforto do motorista. “É uma sintonia fina. O sinal de que algo está errado é instintivo”. Ele cita o caso de dores no corpo, como nas pernas, após muito tempo ao volante. “É preciso parar a cada duas horas e caminhar um pouco.”
Segundo o ortopedista, os males da coluna estão entre os que decorrem de um conjunto de fatores, que podem ser agravados no carro. “Dirigir é um fator de estresse. Um sedentário que passa muito tempo ao volante tem risco maior. Pode complicar um quadro de contratura muscular, por exemplo.”
Quem sente dor em tarefas do dia a dia, como dirigir, deve procurar um médico. “A indicação nesses casos pode ser de reforço paravertebral, alongamentos e até fisioterapia.”