MARCELO FENERICH
Para quem viaja nos fins de semana pelas rodovias do interior, ver grupos de cinco a dez motociclistas passeando pelas estradas é comum. Surpresa é o que ocorreu no início de março na Rodovia dos Bandeirantes: havia um comboio de 150 motos. O encontro foi promovido pelo BOG, sigla em inglês que significa grupo de donos da Boulevard (modelo da Suzuki).
Com mais de 1.500 membros, a confraria organiza passeios semanais por estradas de São Paulo. Essas reuniões são sempre muito concorridas, de acordo com um dos fundadores do grupo, Aluísio Peixoto. “Proprietários de outras motos também nos seguem”, afirma. Ele conta que uma vez por ano ocorre o encontro nacional do BOG. “Desta vez será no feriado de Corpus Christ (em 7 de junho).”
Segundo Peixoto, o BOG, que foi fundado em 2007, não é um clube, não há cobrança de mensalidade nem estatuto a ser seguido. “Basta fazer parte do fórum de bate papo na internet, ser ‘apadrinhado’ e ter participado de pelo menos um passeio.”
Mas é preciso cumprir algumas regras. “Não pode haver brincadeiras que coloquem os integrantes em risco, pois andar de moto em comboio é perigoso”, explica.
“Algumas mulheres fazem terapia. Outras se divertem em duas rodas”. A frase, estampada na camiseta de Fabiana Brito, que começou a participar dos eventos do BOG há dois anos, resume bem o clima dos encontros. Ela passou a ir aos passeios para acompanhar o marido, dono de uma Boulevard.
Entre as centenas de motos reunidas, a de Celso Feitosa Severo chamava atenção. De 2004, recebeu R$ 10 mil em personalização. “Copiei muitas coisas de modelos americanos. Na proteção da bateria, por exemplo, mandei pintar uma índia com o rosto da minha esposa. Assim ela não pode reclamar que sai de moto”, brinca.
Membro há um ano, André Guimarães ganhou o apelido de Tirinho. “Digo que é um ‘tirinho’ chegar aos lugares que a turma sugere. Fui para Brasília, Minas Gerais, Florianópolis, Argentina e Paraguai. É um tirinho.”