O Volkswagen Golf chegou ao Brasil em 1994 em sua terceira geração e logo caiu nas graças da classe média que queria um carro jovem, moderno e excelente de dirigir. Qualidades que ele, inclusive, tem até hoje entre os hatches médios. Na quinta geração, de 2003, o modelo já deixou de ser fabricado por aqui por questões de custo. A sexta também não veio. Em 2013, 10 anos depois, o mercado brasileiro foi agraciado novamente com um Golf totalmente novo, para a alegria dos puristas. Sua versão GTi, até hoje, é de encher os olhos.
Mas por culpa das quedas das vendas e, principalmente, pela chegada canibalesca dos SUVs, o Golf viu sua popularidade despencar. Não só a dele. É triste afirmar, mas o segmento de hatches médios morreu no Brasil. O Chevrolet Cruz Sport6, líder da categoria, teve 652 unidades vendidas em janeiro deste ano. Golf 276 e Ford Focus, 107.
+ Os 20 carros mais vendidos em janeiro de 2019
20 - TOYOTA HILUX - 3.257 UNIDADES
19 - NISSAN KICKS - 3.486 UNIDADES
18 - VOLKSWAGEN VIRTUS - 3.591 UNIDADES
17 - RENAULT SANDERO - 3.650 UNIDADES
16 - HONDA HR-V - 3.667 UNIDADES
15 - FIAT TORO - 4.033 UNIDADES
14 - TOYOTA COROLLA - 4.075 UNIDADES
13 - VOLKSWAGEN FOX - 4.085 UNIDADES
12 - JEEP COMPASS - 4.109 UNIDADES
11 - FIAT MOBI - 4.413 UNIDADES
10 - JEEP RENEGADE - 4.783 UNIDADES
9 - FIAT STRADA - 4.790 UNIDADES
8 - FIAT ARGO - 4.920 UNIDADES
7 - VOLKSWAGEN GOL - 4.966 UNIDADES
6 - RENAULT KWID - 5.336 UNIDADES
5 - VOLKSWAGEN POLO - 5.433 UNIDADES
4 - CHEVROLET PRISMA - 6.924 UNIDADES
3 - HYUNDAI HB20 - 7.249 UNIDADES
2 - FORD KA - 8.023 UNIDADES
1 - CHEVROLET ONIX - 18.842 UNIDADES
Em 2013, ano disruptivo por causa da chegada do Gol ao Brasil novamente, as vendas em dezembro foram de 2.658 unidades para o Cruze, 2.047 para o Golf e 1.476 para o Focus. Em pouco mais de cinco anos, os hatches médios foram agonizando de uma forma lamentável, muito deles já abandonados pela marcas, que já disseram que vão apostar em novos SUVs e deixar eles para lá.
Continua depois do anúncioEstas baixas vendas inviabilizam qualquer geração de novos hatches médios no País. Qual marca que será louca de investir milhões de reais em modelos cujas vendas são de 200 unidades mês, quando vendem. Nem se o carro fosse feito de plástico reciclado com rodas de madeira ele teria margem para investimento com estas vendas e no preço que custam.
Eu, particularmente, fico muito triste com este fim. O segmento de hatches médios é um dos meus preferidos no mundo automotivo, atrás apenas da peruas. E o Golf sempre foi um alvo para a minha garagem, que sempre foi desviado pelo preço do seguro altíssimo, aliás. Talvez agora seja a hora, embora eu já saiba que será difícil que não me sentir um urubu.